quinta-feira, 30 de agosto de 2007

Foi hoje o sorteio da fase de grupos da Uefa Champions League.
Sendo sempre complicado falar em "bons sorteios" numa fase destas, dada a imensa qualidade das equipas presentes, há sempre equipas/grupos a evitar. No caso das equipas portuguesas, penso que a fava saiu (novamente) ao Sporting. O Benfica também poderá ter uma tarefa complicado enquanto que, à partida, o Porto é, das três, a que se apresenta com mais condições de seguir em frente. Mas vamos aos grupos:

GRUPO A
Liverpool (Inglaterra)
PORTO (Portugal)
Marselha (França)
Besiktas (Turquia)

GRUPO D
Ac Milan (Itália)
BENFICA (Portugal)
Celtic (Escócia)
Shakhtar Donetsk (Ucrânia)

GRUPO F
Manchester United (Inglaterra)
A.S. Roma (Itália)
SPORTING (Portugal)
Dinamo Kiev (Ucrânia)

De facto, penso que o Porto é quem tem a tarefa mais facilitada, à partida. O (meu adorado) Liverpool está muito forte esta época, mas Marselha e Besiktas são acessíveis para o Porto. Analisando o actual percurso dos adversários da equipa portista, no que concerne à competição caseira:
  • Liverpool: 5º lugar (2v, 1e). Tem um jogo a menos que o líder Chelsea e, a par do Arsenal, são as únicas equipas com possibilidades de igualar o líder. Para esta época, os ingleses reforçaram-se bastante, com jogadores de topo, como são Fernando Torres, Ryan Babel, Andrey Voronin ou Yossi Benayoun.
  • Marselha: Arranque de época bastante negativo, com apenas 6 pontos em 6 jogos (1v, 3e, 2d), o que os faz ficar num desconfortável 14º lugar. Tem como grandes figuras Djibril Cissé, o veterano holandês Zenden e a estrela em ascensão Samir Nasri.
  • Besiktas: Em 1º lugar, empatado com o Galatasaray, com 3 vitórias em outras tantas partidas, a equipa do ex-sportinguista Rodrigo Tello prepara-se para tentar ser o outsider do grupo. Sempre com um grande apoio nos jogos caseiras, será esse o seu trunfo para pontuar ao máximo.
O Benfica de Camacho terá pela frente, nada mais nada menos, que o campeão europeu AC Milan, bem como os repetentes Celtic e os perigosos ucranianos do Shakhtar Donetsk. Com um calendário nada positivo, principalmente pela deslocação à Ucrânia já em Dezembro, prevê-se tarefa complicada para as águias.
  • AC Milan: Campeão em título, é das equipas mais fortes e, provavelmente, a mais indesejada de toda a competição. A sua organização defensiva é uma autêntica muralha e é muito complicado perder um jogo. Equipa liderada por jogadores como Paolo Maldini, Alessandro Nesta, Andrea Pirlo, Clarence Seedorf, Kaká, entre muitos outros, apresentam-se de novo como fortes candidatos à (re)conquista do caneco.
  • Celtic Glasgow: Repete a presença no grupo do Benfica, tal como fizera na época transacta (ambas as equipas venceram por 3-0 no seu reduto). Equipa britânica ao seu mais puro nível, embora tenha em dois estrangeiros as principais figuras: Nakamura e Hesselink. Apesar dos escoceses se terem classificado em 2006/2007, penso que os encarnados poderão ter aprendido com os erros cometidos no jogo de Glasgow e passar à próxima fase.
  • Shakhtar Donetsk: Embora não seja um nome tão sonante como os anteriores, os ucranianos podem ser um adversário bastante complicado. Com uma grande colónia de estrangeiros, esta é uma equipa que promete bastante. Os largos milhões de euros gastam pelo clube, serviram para contratar excelentes jogadores, tais como Lucarelli, Nery Castillo ou Ilsinho. A recepção ao Benfica acontecerá já em Dezembro, o que se prevê péssimo, devido ao rigoroso Inverno que se costuma sentir por lá.
Mais uma vez, a sorte não sorriu ao Sporting. É certo que fica complicado quando se está no pote 3 mas, mesmo assim, podia ter sido um sorteio mais simpático. Manchester United, de Ronaldo e Nani, os italianos da AS Roma e os ucranianos do Dinamo Kiev foi quem calhou na rifa ao clube de Alvalade.
  • Manchester United: Início de época bastante complicado, agravado com a lesão de Wayne Rooney e o castigo interno, de 3 jogos, para Cristiano Ronaldo, o Man Utd não foi para além de 5 pontos em 4 jogos (1v, 2e, 1d), sendo este um dos piores arranques da história do clube. As contratações milionárias de Nani e Anderson, o regresso a Inglaterra de Owen Hargreaves e o empréstimo de Carlos Tévez são as principais mexidas na equipa de Sir Alex Ferguson.
  • AS Roma: Os italianos têm em Totti o seu maestro e principal figura, e outros nomes sonantes, como Giuly, Vucinic, David Pizarro, Juan e Cicinho. As equipas italianas são sempre muito complicadas e presume-se que a Roma não será excepção.
  • Dinamo Kiev: Será sempre difícil enfrentar equipas de leste, como o Sporting comprovou na edição anterior da competição, e o Dinamo não deve ser excepção. Fortes física e tacticamente, poderão complicar a vida aos adversários. Para já, o clube leonino tem a vantagem de jogar na Ucrânia já na 2ª jornada, a 2 de Outubro, evitando assim o Inverno russo.

Seria excelentes que todas as equipas portuguesas passassem à fase seguinte. Infelizmente, parece-me que Sporting e Benfica têm tarefa bastante complicada. A 1ª jornada arranca já a 18 e 19 de Setembro e, com todas as equipas a defrontarem os cabeças de série do seu grupo (Benfica em Milão, Sporting e Porto em casa), urge começar em grande estilo e a pontuar, de forma a evitar a tão portuguesa necessidade de contas finais !

O Benfica garantiu, em Copenhaga, a tão desejada presença na Fase de Grupos da milionária Liga dos Campeões. Após uma vitória, na Luz, por 2-1, com dois golos do maestro Rui Costa, os encarnados confirmaram a passagem com uma sofrida vitória no Parken (com um relvado totalmente degradado, após um concerto dos Rolling Stones a meio do mês...), com um golo de Katsouranis.

O jogo não começou bem para o Benfica. Os dinamarqueses entraram fortes e pressionantes, com o objectivo de chegar ao golo o quanto antes, golo esse que lhes daria vantagem na eliminatória. Nos primeiros 15 minutos, os donos da casa tiveram várias oportunidades para marcar, com destaque a dois lances em que valeram os encarnados Léo e Cardozo, a negarem dois golos feitos já em cima da linha de golo.
Ao minuto 17' veio o golo encarnado. Livre frontal à baliza de
Christiansen, com Rui Costa a bater para o centro da área, Cardozo a desviar para Nuno Gomes e este a assistir Katsouranis que, sem dificuldades, bateu o dinamarquês, com um forte pontapé já bem no coração da área. Seguiram-se alguns minutos de superioridade do Benfica, com Di Maria a desperdiçar a melhor oportunidade de ampliar a vantagem.
Pouco depois, o Copenhaga voltou à carga e reclamou-se penalty de Miguel Vítor sobre Allback. De facto, o jovem português puxou a camisola de Allback mas rapidamente a largou e só alguns segundos depois é que este se atirou para o chão. Bem o árbitro da partida, o holandês Eric Braamhaar. Volta a pressão dinamarquesa e, de livre directo, o lateral esquerdo Jensen envia a bola ao poste direito da baliza de Quim. Alguns minutos depois é a vez de Di Maria recuperar uma bola à entrada da área contrária e, sem pedir licença, fazer um remate... mas saiu à figura de Christiansen. Na resposta, é a vez de Allback atirar, de cabeça, ao lado da baliza de Quim, quando estava totalmente sozinho na área, sem a marcação de qualquer dos centrais encarnados. Logo de seguida veio o intervalo, tão necessário para os lados encarnados.

A segunda parte começou de forma bem diferente. A equipa do Benfica, principalmente no que concerne à defesa, surgiu bem mais adiantada no terreno, afastando mais facilmente os dinamarqueses das zonas de perigo. De facto, este foi um período muito menos interessante, com os encarnados a tentarem sair rápido para o ataque mas a bola a perder-se quase sempre nos exageros do estreante Di Maria e com os dinamarqueses a usarem e abusarem das bolas bombeadas para a área adversária, sem grande resultado, graças à excelente prestação aérea de Katsouranis e dos pequeninos Petit e Miguel Vítor.
Nos últimos 15 minutos o perigo voltou a rondar a baliza de Quim, ainda que de forma bem mais tímida e atabalhoada do que na primeira parte. Foi o tudo por tudo da equipa da casa que, nos lances finais, colocava quase toda a gente da área encarnada. Sem resultados práticos, diga-se, pois tanta gente acabava apenas por atrapalhar.

De destacar a grande exibição de Petit (mais uma!) e do excelente trabalho dos dois centrais na parte final, embora tenham falhado inúmeras vezes na primeira parte. Cardozo a ter também um papel importante, principalmente pelo respeito que impõe, o que fez com que a aventura dos gigantes Gravgaard e Hangeland no ataque fosse bem mais remota, e também pela preciosa ajuda que deu a defender, nas bolas paradas.

Di Maria estreou-se... Mostrou bons pormenores, velocidade e boa técnica, mas ainda tem de aprender a jogar mais em equipa. Claro que era apenas o primeiro jogo e o entrosamento não há-de ser igual ao de aqui a 3 meses, mas a eficácia da equipa pecou muitas vezes pelos seus exageros.

Parabéns ao Benfica pela terceira presença consecutiva na fase de grupos da Liga dos Campeões e vamos ver o que o sorteio ditará...
Será hoje, 17h, em directo na RTP1.

quarta-feira, 29 de agosto de 2007


É com grande tristeza que escrevo sobre este assunto mas ontem, dia 28/08/2007, foi noticiado o falecimento do jovem espanhol Antonio Puerta, de apenas 22 anos (nascido a 28/11/1984), antigo atleta dos espanhóis do Sevilla.

O mundo do futebol chora mais uma morte. Desta vez, não foi em campo mas foi lá que tudo começou. No último jogo do Sevilla, frente ao Getafe, dia 25, Puerta desmaiou e rapidamente se notou, pela expressões dos seus companheiros de equipa, que se tratava de algo bastante grave. Ainda saiu sobre o seu pé mas, já no balneário, voltou a desmaiar e foi levado de maca para o hospital Virgen Del Rocio, em Sevilha, onde viria a permanecer num estado crítico, segundo foram anunciando os médicos.
O coração de Puerta acabou por não aguentar...

Depois de casos recentes como Miklós Féher, Mark-Vivien Foé, Bruno Baião, entre outros, é mais um triste episódio do desporto-rei na mais alta competição. E, para nós que cá ficamos, é mais um sinal de que a vida deve ser vivida ao máximo, a todo o momento, pois nunca saberemos qual é a nossa hora.
Em sua memória, o Sector A14 irá usar um fumo negro...

À família de Puerta enviamos as nossas sentidas condolências e ele... Que descanse em Paz !

terça-feira, 28 de agosto de 2007

Em mais um polémico jogo entre duas equipas grandes do nosso campeonato, o Porto acabou por levar a melhor sobre o visitante Sporting, através de um golo de Raul Meireles, de livre indirecto, golo este que originou enorme polémica. Mas já lá vamos...

Após a derrota na Supertaça, era praticamente certa uma entrada a todo o gás por parte da equipa do Porto e, de facto, assim foi.
No onze titular, destaque para a presença de Tarik Sektioui no lugar do lesionado Adriano, deslocando Lisandro Lopez para o centro do ataque, posição onde manifestamente rende menos. Ainda assim, o factor que acabou por garantir a maior superioridade do Porto na primeira parte foi a inclusão do almirante Lucho Gonzalez, jogador que permite a Jesualdo, como nenhum outro, fazer a ligação entre o meio-campo e o ataque e, ao mesmo tempo e graças às suas capacidades defensivas, diminuir a capacidade ofensiva de Miguel Veloso, de onde surge a maioria do jogo ofensivo do Sporting. Desta vez, Paulo Bento optou por Izmailov para o meio-campo, sendo que, da equipa que defrontou o Porto na Supertaça, a única alteração é mesmo a saída do lesionado Pedro Silva, para a entrada de Ronny. A primeira grande oportunidade surgiu pela esquerda, com Tarik a ultrapassar Polga e a cruzar com perigo. Uns minutos mais tarde, perto da meia hora de jogo, um livre "à Quaresma" fez estremecer a barra de Stojkovic que, por esta altura, já devia conhecer o perigo que dali advém. Poucos minutos depois, surgiu a primeira oportunidade do Sporting, num excelente pontapé do meio da rua de João Moutinho, a passar muito perto do poste esquerdo da baliza de Helton.
Pouco depois, deu-se o primeiro caso da partida: disputa de bola entra Quaresma e Veloso, com o jogador verde-e-branco a chegar primeiro à bola e Quaresma a não tirar o pé, acertando em cheio na canela do companheiro de Selecção. Este lance fez lembrar uma entrada do mesmo Quaresma, desta vez sobre Tonel, no jogo em Alvalade da transacta época, pelo que os jogadores do Sporting pediram cartão vermelho para o extremo portista. Na minha opinião, e apesar de ser um assumido fã das qualidades do Quaresma, também foi uma entrada para cartão vermelho. Pedro Proença assim não entendeu. Poucos minutos depois, foi a vez de Bosingwa ter uma impetuosa entrada sobre João Moutinho, que até fez Jesualdo fechar os olhos, numa curiosa imagem que a Sporttv capturou, não sendo, no entender no árbitro, entrada merecedora de cartolina amarela. De novo alguns minutos volvidos e, desta feita, foi Pedro Emanuel a ter uma entrada dura sobre Derlei, usando o braço na nuca do brasileiro. Também não mereceu sanção de Proença
embora estas entradas estejam a sofrer enorme reprimenda por parte da Fifa e de quem manda na arbitragem.

Os primeiros minutos da segunda parte foram de bastante pressão da equipa leonina, criando três situações de perigo quase de rajada, duas delas por Derlei e outra por Abel.
A resposta veio logo a seguir, por Hélder Postiga, que havia sido lançado ao intervalo para o lugar de Tarik Sektioui, aproveitando uma infantilidade de Polga, matando a bola no peito, rodando e disferindo um remate de muito longa distância, que Stojkovic defendeu com dificuldade para a direita, de onde surgiu Quaresma a rematar muito por cima.
Aos 52' veio o lance mais polémico da partida. Um passe para Hélder Postiga, este recebe no peito, vira-se e Polga corta a bola para a zona de Tonel, que deixa passar a bola por baixo das pernas, na direcção de Stojkovic. Embora pressionado por Postiga, o guardião sérvio tinha tempo e espaço para aliviar a bola mas, entendendo que Polga não estava na posse da bola e fez apenas um corte, agarrou a bola. Pedro Proença assim não entendeu e assinalou pontapé livre indirecto em cima da linha da pequena área. Quando toda a barreira do Sporting estava planeada para travar o remate de Quaresma, Lucho Gonzalez fez um passe de calcanhar, permitindo a Raul Meireles fazer o primeiro e único golo da partida. Foi um excelente momento de futebol, graças à espontaneidade e efeito surpresa que teve.
Com a entrada de Vukcevic e a natural subida de toda a equipa, o Sporting começou a acercar-se cada vez mais da área portista embora sem nunca criar imenso perigo. Assumindo este papel, aos 76' Paulo Bento resolveu dar tudo por tudo, lançando Yannick Djaló e Bruno Pereirinha, para os lugares de Abel e Ronny, colocando a equipa num claro 3-5-2, com Veloso a fazer de terceiro central, mais descaído para a esquerda.
Ainda assim, voltou a ser o Porto a criar perigo, com um livre de muito longe de Quaresma a passar perto do poste da baliza de Stojkovic. Só aos 88' surgiu uma real oportunidade para o Sporting, com Helton a sair mal na fotografia. Remate de Derlei na direita, Helton deixou escapar por entre as mãos o que quase permitia a Djaló encostar para o empate. No minuto seguinte, a equipa de arbitragem voltou a estar mal ao não exibir o segundo cartão amarelo a Derlei, e consequente expulsão, após imponentes e insistentes protestos junto dos mesmos. Pouco tempo depois terminou a partida.

Não foi um jogo muito bonito como, aliás, não se previa. Tanto Paulo Bento como Jesualdo Ferreira são dois treinadores que privilegiam muito o aspecto táctico e a segurança defensiva e, ainda mais nestes jogos, isso acaba por vir à tona. É pena que a partida tenha ficado tão marcada por casos de arbitragem... Infelizmente, é assim que vai o nosso futebol mas, de facto, é impossível dissociar os erros de tudo o resto. Sinceramente, embora não concorde, compreendo a marcação do livre indirecto que deu origem ao golo, achando que era uma situação facilmente evitável por Stojkovic. Os erros mais grosseiros acabaram por ser, na primeira parte, as (não)sanções a Quaresma, Bosingwa e Pedro Emanuel e, na segunda, a Derlei.
Ainda assim, no final destes 90', o Porto acaba por merecer a vitória, principalmente pelas excelentes exibições do tridente do meio campo e da dupla de centrais, que souberam suster quase todas as ofensivas leoninas. O Sporting peca por ter começado a jogar futebol apenas na segunda parte.

Ao fim da 2ª Jornada, o Porto lidera a Bwin Liga, na companhia do Marítimo, ambos com 6 pontos alcansados.

segunda-feira, 27 de agosto de 2007

O regresso de Camacho era o principal ingrediente deste primeiro jogo dos encarnados na Luz. Há muito que uma enorme falange dos associados e simpatizantes benfiquistas pediam a demissão de Fernando Santos, já desde a época anterior, mas esse cenário parecia afastado, para já, ao ser o Engenheiro a preparar toda a época e a começá-la, fazendo o jogo da 1ª mão da pré-eliminatória de entrada na Champions League e a 1ª jornada a Liga Bwin.com 2007/2008.

Com um início de época atribulado, com imensas lesões que dizimaram a quase totalidade das opções centrais para a defesa, apanhando Luisão, David Luiz e Zoro, Camacho viu-se obrigado a recorrer (de novo) a Katsouranis e, a seu lado, o ex-júnior e estreante Miguel Vítor. Inicialmente, compreendia-se algum receio no jovem internacional português mas, com o passar dos minutos, este fez calar os mais cépticos e mostrou-se em bom plano (embora longe do patamar quase lendário a que os jornalistas da Tvi o estavam constantemente a elevar...), sempre muito calmo e com enorme sangue frio. O Vitória entrou bem, tendo tido as primeiras situações de perigo, com Carlitos sempre muito activos em ambos os flancos, mas o melhor vitoriano era Fajardo, o outro ala da equipa. O Benfica não perdeu tempo para se voltar a colocar no comando da partida e, com Fábio Coentrão em evidência, aparecendo várias vezes pelo flanco esquerdo. A primeira grande oportunidade surgiu quando um passe de Rui Costa ás três tabelas apanhou Nuno Gomes isolado e este, embora desviado para a esquerda, optou por rematar com o pé esquerdo, acabando a bola por levar um natural efeito que a fez fugir da baliza, perdendo-se assim uma óptima chance. Poucos minutos depois foi a vez de Coentrão surgir isolado, também pela esquerda, mas o receio de falhar levou-o a tentar assistir Cardozo, tentativa que morreu aos pés de um defensor vitoriano. A primeira parte terminou em sobressalto para os adeptos encarnados, com Cardozo a receber assistências fora das quatro linhas, queixando-se do joelho direito após entrada viril de Danilo, embora sem falta.

Na segunda parte, começou a haver mais Benfica, principalmente através de acções do maestro Rui Costa, sendo dele a primeira oportunidade após o reatamento, com um grande pontapé de longa distância, que passou por cima da barra. O grande momento da partida surgiu aos 56', quando Oscar Cardozo, com um violento pontapé do meio da rua, de livre directo, obrigou Nilson a fazer a defesa da noite.
Aos 69' deu-se a estreia de Romeu Ribeiro, substituindo Nuno Gomes, e, um minuto depois, foi a fez de Coentrão ceder o seu lugar a Luis Filipe (que, nas costas, possuía o nome "Luis Filie"... Um gralha não muito comum a tão alto nível !). Quatro minutos após entrar, o ex-bracarense desperdiçou uma excelente oportunidade, ao não conseguir acertar com a baliza, quando Nilson estava aos papeis, totalmente perdido na grande área. Aos 81' surgiu a primeira assobiadela para Camacho. A conservadora substituição de Bergessio por Cardozo não foi do agrado dos adeptos que, como eu, acreditavam que o Benfica podia vencer o jogo. O espanhol preferiu não entrar a perder e segurar o ponto... O que é certo é que, poucos minutos depois, e não fosse uma excelente defesa de Quim e Moreno, de livre directo ainda longe da área, teria feito o golo para os visitantes. Na sequência, ainda um cruzamento perigoso de Fajardo que o tocado Andrézinho não aproveitou por pouco, com um desvio subtil.

A partida terminou com uma grande assobiadela por parte dos adeptos encarnados. Sinceramente, acho que não foi justa e, muito menos, inteligente. Nesta altura, o que a equipa menos precisava era de tamanho gestão de incompreensão e falta de paciência dos seus simpatizantes. Tal como alertou Nuno Gomes, esta pré-época não foi, nem de perto, a ideal. Uma equipa da dimensão do Benfica não pode, de forma alguma, deixar a preparação de uma época toda para a última e, muito menos, despedir um treinador após a primeira jornada. Este despedimento parece-me pouco ter a ver com a vertente desportiva. Se assim fosse, já teria acontecido há muito tempo, e não após uma pré-época em que saíram os 3 jogadores mais influentes da época anterior (Simão, Karagounis e Miccoli) e aquele que se preparava para ser um esteio da equipa da nova época (Manuel Fernandes), colmatadas com reforços bastante jovens, todos a necessitar de uma fase complicada de adaptação a esta nova realidade. Sendo assim, e dado que é mais que sabido que Fernando Santos era uma aposta de José Veiga, parece-me que este despedimento é mais uma acção de L.F.Vieira, no sentido de afirmar que quem manda no Benfica é ele. Bom, estas medidas de imposição devem ser feitas, é lógico, mas há que ter consciência das situações. O clube da Luz não é propriamente uma brincadeira de crianças e o seu presidente não pode tomar o seu cargo como motivo de afirmação pessoal. Tem sabido gerir muito bem o clube no que respeita à (re)aproximação com os adeptos, mas de resto penso que tem falhado bastante.

A questão que se coloca é a seguinte... Será que o Camacho veio a tempo de fazer a engrenar, mostrando ser a melhor solução ?

sábado, 25 de agosto de 2007

Real Sport Club 0 - 0 Sporting C. P. (Juniores)

Tive a oportunidade de ir assistir à 1ª jornada do campeonato de júniores, entre o Real Sport Club, mais conhecido por Real Massamá, e o Sporting Clube de Portugal. Como vivo em Massamá, não podia deixar de aproveitar esta oportunidade de deitar o olho à nova fornada de talentos que a formação leonina anda a preparar para lançar na alta roda do futebol nacional.

Graças à chuva, ao terreno muito pesado e à natural falta de ritmo de início de época, este acabou por ser um jogo fraquinho, com o Sporting a tender muito no chutão para o Paez, não sendo muito bem sucedido. Ainda assim, foi um jogo de enorme pressão ofens iva, onde o Real pouco ou nada fez a não ser defender e (tentar) contra-atacar. Curioso foi o facto de as duas grandes oportunidades de golo terem pertencido ao Real, num lance em que o ponta-de-lança (nº 2) surgiu isolado mas não teve nervo para bater André Martins.

No lado do Sporting, gostei bastante de alguns jogadores, de outros nem por isso.

Pela negativa: Marco Matias (nº7) jogou a extremo direito e se não perdeu todos os lances que disputou, andou lá perto. Muito franzino, pelo que perdia invariavelmente no confronto físico, com um lateral vários centímetros mais baixo que ele. Foi substituído a meio da primeira parte.
Rui Figueiredo (nº2) não fez um grande jogo mas também não comprometeu. Enquadro-o na parte negativa pois, num jogo de pendor dão ofensivo, impunha-se mais acutilância ofensiva e apoio ao ala, o que quase não fez.

Os que andaram ali no meio do bom e do mau...: Michael Santos (nº5), defesa esquerdo, bastante parecido, fisicamente, com Miguel Veloso, um jogador que eu desconhecia, teve uns bons apontamentos. Não é um lateral muito ofensivo, penso que nunca o vi passar de meio do meio-campo do adversário, mas tem um bom posicionamento em campo e é bastante agressivo. O problema é que, por vezes, parecia ser algo lento a abordar os lances e abusava dessa agressividade... Também teve o "azar" de apanhar pela frente um complicado Jesse (nº23 do Real), um jogador que conheço pessoalmente há uns anos e que tem enorme qualidade.
O central Jorge Abreu (nº4), fez um jogo calmo, sem grandes problemas. Fazendo uma analogia aos seniores, faz o papel de Tonel, isto é, um central menos técnico, mais de limpar a bola sem preconceito, a jogar nas dobras. André Martins (nº1) não teve praticamente trabalho algum, sem qualquer defesa a registar.

Pela positiva: Bem, aqui há bastantes mais. Em primeiro lugar, pois foi o que me chamou logo a atenção, Diogo Amado (nº6) e André Santos (nº8). Muito interessantes estes dois jogadores, principalmente Diogo Amado. Ambos a jogar numa posição central do terreno, à frente da defesa, foram sempre uma barreira intransponível para os adversários, tanto pelo chão como pelo ar. De uma segurança defensiva impressionante, também se destacam na hora de atacar pois sabem fazê-lo sem problemas, com grande imponência e qualidade de passe.
Bruno Matias (nº10) jogou na posição 10 e revelou pormenores de bastante qualidade. Bom toque de bola, boa capacidade técnica, por vezes pecou por exagerar em demasia dos lances individuais, mas esteve sempre em bom nível, participando invariavelmente em todos os lances de ataque leoninos.
Vivaldo Arrais (nº11), outro jogador que não conhecia, teve pormenores de grande qualidade. Encostado à ala esquerda, sempre muito rápido e irrequieto, mostrou pormenores de classe tendo como ponto mais alto da exibição 3 cruzamento,s de execução técnica perfeita, quase de seguida. Após a passagem do Sporting para um esquema de 3-5-2, jogou uns minutos na posição 10 e, depois, outros tantos na ala direita, embora sem tanto fulgor.
No centro do ataque jogou Luiz Paez (nº9) e pude constatar as boas indicações aqui deixadas anteriormente. É muito alto, tem grande poder de desmarcação, luta por todas as bolas e tem uma boa relação com a bola. Não teve grandes oportunidades para visar a baliza mas gostei da sua movimentação.

Os suplentes utilizados foram Diogo Viana (nº16), Januário Jesus (nº17) e Wilson Eduardo (nº18).
Entraram todos bem, numa altura em que o sufoco era grande e, com a sua entrada, passando a equipa a jogar então no 3-5-2 (saiu Rui Figueiredo da defesa). Januário e Viana são alas rápidos, com técnica apurada, embora me tenha parecido que pecam um pouco por serem demasiado franzinos. Foram alguns os lances que perderam corpo-a-corpo, embora tenham demonstrado bons pormenores. Já Wilson entrou bem melhor, lutando imenso no meio dos centrais do Real, mostrando frieza no controlo da bola e nas movimentações dentro da área. Tal como Paez, não dispôs de nenhuma grande assistência para poder facturar.

Para o fim deixo aquele que, para mim, foi o melhor. E é curioso que assim seja, num jogo de tão forte pendor ofensivo, mas o jogador que mais me chamou a atenção foi o central Tiago Pedrosa (nº3).
Fez um jogo quase perfeito, sem falhas, cortando tudo o que havia para cortar, tanto pelo chão como pelo ar. Embora não seja, de todo, um central alto, penso que não perdeu um único lance aéreo, evidenciando um forte sentido posicional e uma impulsão bastante acima da média. Se o Real foi incapaz de criar mais lances de perigo, isso deveu-se, quase na totalidade, à excelente prestação do Tiago.

quinta-feira, 23 de agosto de 2007

Antevisão: F.C. Porto - Sporting C.P.



Faltam 3 dias para o grande clássico Porto - Sporting. De um lado, um Porto com o orgulho ferido após ter sido vencido pelo mesmo Sporting na recente final da Supertaça Cândido de Oliveira. De outro, um jovem conjunto leonino moralizado por duas conquistas consecutivas (a já referida Supertaça e a Taça de Portugal, frente ao Belenenses).

Os azuis-e-brancos deverão apresentar um onze todo ele proveniente da época anterior e bastante similar ao apresentado na Supertaça. As alterações deverão passar pela entrada do almirante Lucho Gonzalez e pela troca do lesionado Adriano por Postiga.
Com o argentino em campo, os azuis ganham uma capacidade muito maior de fazer a ligação entre meio-campo e ataque, ligação essa que foi bastante medíocre na Supertaça, sendo, provavelmente, o principal motivo que explica a derrota. De facto, o Porto viveu estranhamente de pontapés longos e de muito menos jogo curto e apoiado como costuma ser ser apanágio, situação essa que não se pode dissociar da ausência de Lucho do onze. Por esse motivo, Jesualdo Ferreira optou por fazer um jogo bastante mais cauteloso, dando grande atenção a Miguel Veloso, cuidadosamente vigiado por Lisandro López. No domingo, acredito que tal não acontecerá. Lisandro é um atleta de inegável qualidade, um avançado em constante alta rotação e é na frente de ataque que mais rende, pelo que acredito que será essa a sua principal função. Miguel Veloso continuará a merecer especial cuidado, visto ser o primeiro e principal municiador do ataque leonino, mas essa função deverá ser entregue a Lucho e, as espaços, quando o argentino se aventurar mais no ataque ou estiver desposicionado, ao internacional português Raul Meireles.
Em termos ofensivos, a estratégia do Porto passa muito pela qualidade técnica e velocidade de Ricardo Quaresma e pelos seus dois laterais, Bosingwa e Fucile, ambos capazes de percorrer constantemente todo o corredor sem com isso facilitar nas tarefas defensivas. Ora, com um uruguaio em excelente estado de forma, dando continuação a uma ponta final de época de alto nível e a uma excelente Copa América, e com um Quaresma num dos melhores momentos de sempre (talvez mesmo o melhor !), é na ala esquerda que os azuis têm a sua grande esperança.
Um dos aspectos curiosos desta partida será observar a prestação do quase-dispensado Postiga que, ao que parece, será o escolhido por Jesualdo para ocupar a vaga do titularíssimo Adriano, a contas com uma lesão.
Mais atrás, o tridente Bruno Alves, Pedro Emanuel e Paulo Assunção está encarregue das acções defensivas, a comando do guarda-redes Helton.


Em equipa que ganha não se mexe. Esta é uma velha máxima do futebol e, com Paulo Bento, após um período no início da época transacta em que a rotatividade era levada ao extremo, passou a ser regida como regra principal. De facto, após esse período de resultados manifestamente desanimadores para quem defendia tal estratégia, a equipa técnica do Sporting entendeu por bem dar uma estabilidade ao onze leonino, de forma a criar uma base constante, assente no 4-4-2 Losango e com um estilo de jogo ofensivo e bem demarcado.
Embora o grande caudal ofensivo leonino seja uma das suas armas, a sua maior arma é, provavelmente, a solidez defensiva que a equipa ganhou ao comando do antigo camisola 17. E os números não enganam: defesa menos batida da Europa na época transacta.
Dessa defesa, restam o líder e recentemente eleito sub-capitão Polga e o lateral Abel. Tonel, numa primeira instância, ainda fez partes das opções principais do técnico mas, graças a uma lesão e às excelentes exibições de Caneira como defesa central, viu-se relegado para o banco de suplentes no melhor período deste sector leonino. Esta época ganhou a corrida da titularidade a Gladstone e tem-se apresentado em bom plano. No lado esquerdo, Ronny deverá continuar a merecer a confiança de Paulo Bento, beneficiando do atraso de Marian Had e da lesão de Pedro Silva.
No meio-campo, o pêndulo Miguel Veloso continuará a ser figura central do jogo leonino, tanto em tarefas defensivas como ofensivas, apoiado de perto por um inesgotável Moutinho e, provavelmente, pelo herói da Supertaça, Marat Izmailov. Na função de nº10, a opção deverá recair sobre Romagnoli.
Na frente, a dupla Liedson e Derlei dará, por certo, continuidade às boas indicações que tem deixado, não só no que diz respeito a entrosamento e golos, como também na ajuda defensiva.


Acredito que será um jogo bem melhor que o da Supertaça. Acredito que hajam oportunidades para ambos os lados. E gostava de acreditar que o Sporting voltaria para Lisboa com uma vitória na bagagem mas, neste momento e neste contexto, penso que tal será difícil de alcançar. O segredo do jogo, para o lado do Porto, passará forçosamente pelo maior desequilibrador do campeonato português, Ricardo Quaresma, sendo que não poderão facilitar na marcação à irrequieta dupla de avançados leoninos. Do lado verde-e-branco, a pressão que se prevê que irão sofrer nos primeiros 20/30 minutos será enorme e, no meu entender, poderá estar aí a chave do jogo. Conseguir manter o 0-0 ou fazer um golo nesse período de tempo poderá inverter toda a tendência da partida que, como disse, julgo pender para o lado azul-e-branco.

Esperemos então que seja um bom espectáculo, dentro e fora das quatro-linhas, que seja resolvido por um dos 28 jogadores (à partida) que irão jogar, isto é, que não hajam casos de arbitragem que tanto teimam em estragar os espectáculos e a imagem do futebol português. O futebol é bonito quando o rescaldo do jogo está repleto de golos, oportunidades e dribles e é isso que espero ver nos dias que seguirão ao jogo.

Domingo, 20.45, Estádio do Dragão ou SportTv1... Imperdível !

quarta-feira, 22 de agosto de 2007

Sporting C.P. 2007/2008

A equipa de Paulo Bento apresenta-se para esta nova época com uma novidade em relação ao que tem sido a sua história recente no que respeita a contratações: a viragem para Leste. De facto, são nada mais do que 6(!) atletas vindos de Leste, embora o mais recente reforço, Celsinho, seja um dos muitos emigrantes brasileiros que tentam a sua sorte em terras russas. Em relação à época anterior, constatamos que saíram quatro titulares: o forçado Caneira, os "goleadores" Alecsandro e Bueno (que, para esta contagem, contam apenas como um só, por iam alternando na titularidade), o super overrated Nani (na minha opinião...), o encarnado Ricardo e o Judas Rodrigo Tello.
Para colmatar estas saídas, e para fazer valer o desejo de Paulo Bento contar com, pelo menos, dois atletas por posição, foram feitas nove contratações e promovidos os júniores/emprestados Daniel Carriço, Paulo Renato e Yannick Pupo (o brasileiro não convenceu e, após ter rejeitado ser emprestado ao Fátima, pode voltar ao Brasil). Vamos então por sectores:
  • Na baliza, por forma a colmatar a saída do internacional português e ex-capitão Ricardo, foi contratado o também internacional sérvio Stojkovic, um gigante de 1,95m. Como alternativas, a promessa Rui Patrício e um homem da casa (11ª época ao serviço do clube) Tiago, agora promovido a terceiro capitão.
  • Mantendo-se sob o comando de Anderson Polga, o sector defensivo viu-se privado de dois dos mais titulares jogadores da época transacta (Caneira e Tello), pelo que quatro das suas oito caras são novos jogadores. Ainda assim, as opções de Paulo Bento têm recaído sobre atletas que já faziam parte dos quadros do clube na época transacta, sendo o 4-base, neste momento, composto por Abel, Tonel, Polga e Ronny. Destes todos, apenas Ronny não merece toda a confiança por parte dos adeptos leoninos. Marian Had, reforço esloveno, e Pedro Silva, lateral ex-Corinthians, estão na calha por um lugar nas alas, sendo que ambos podem ocupar o lugar de Ronny. Foi aí, inclusivé, que Pedro Silva se estreou frente ao F.C. Porto, na Supertaça, jogo em que se lesionou aos 7m. Para o eixo da defesa, o júnior Paulo Renato parece funcionar como quarta opção, sendo que Gladstone já demonstrou ter qualidade para não fazer descansar Tonel e, na minha opinião, deveria já ter ganho o lugar.
  • O losango veio para ficar. Neste sentido, foram adquiridos jogadores a pensar nesse mesmo esquema, tal como sublinhou Paulo Bento hoje, em entrevista para a Sporttv. Sendo assim, e com a saída de excedentários como João Alves e Carlos Martins e com a venda de Nani e Custódio, são quatro as caras novas: o ex-júnior Adrien Silva, a grande surpresa da pré-época, provavelmente, o montenegrino Simon Vukcevic, o russo Marat Izmailov e o mais recente reforço, o brasileiro Celsinho. A compra definitiva do passe de Romagnoli também foi um reforço para o clube, embora não seja uma cara nova. Para além destes, mantêm-se da época transacta os titularíssimos Miguel Veloso e João Moutinho e ainda Bruno Pereirinha, Carlos Paredes (que poderá ainda deixar o clube...) e Pontus Farnerud. Se Veloso se mantém como trinco e Moutinho como interior, direito ou esquerdo, as outras posições não me parecem minimamente entregues. Izmailov, Vukcevic e até Adrien já provaram que podem entrar nas contas e o montenegrino penso que pode mesmo ser uma melhor solução para a posição 10 do que Romagnoli.
  • Na frente, Liedson e Derlei estão insuperáveis, por agora. De facto, o segundo jogo (e primeiro golo..) oficial do ninja brasileiro foi a cereja no topo do bolo de uma excelente exibição, coroada comaeleição de MVP nos mais diversos locais. Como tal, e dada a cumplicidade que ambos revelam, é dele o lugar ao lado de Liedson. Como alternativas, restam o veloz Yannick Djaló e a torre montenegrina Milan Purovic. O português parece algo atrás nesta corrida. Já Purovic, embora uma lesão o tenha afastadodas duas primeiras convocatórias, poderá ser uma opção bastante válida para jogos em que os adversários se encontrem demasiado fechados no seu reduto, fazendo valer o seu jogo aéreo, no alto dos seus 1,92m.
Após um inesperado segundo lugar na Liga, uma vitória na Taça de Portugal, uma vitória na Supertaça Cândido de Oliveira e um conjunto de resultados bem animadores, o Sporting arrancou a nova época da Liga bWin.com com uma vitória por 4-1 frente à Académica, em Alvalade. Apesar de serem bons números, estes pecaram pela enorme ineficácia demonstrada por... Liedson. Contudo, a segurança defensiva (principal estandarte do Sporting de Bento) foi posta em cheque algumas vezes ao longo da partida, situação que não agradou minimamente ao técnico, até porque, se neste jogo a vantagem era larga, no futuro estes erros poderão custar caro. E segue-se uma visita ao Dragão...

terça-feira, 21 de agosto de 2007

F.C. Porto 2007/2008

Os bi-campeões nacionais apresentam-se para esta nova época com dez caras novas (aqui não conto com Fernando que foi emprestado ao Estrela da Amadora) e com diversas saídas, algumas delas milionárias (principalmente Pepe e Anderson). Como tem sido hábito desde há vários anos para cá, o Porto voltou a emprestar diversos jogadores a equipas da principal divisão nacional (e ainda Ibson para o Flamengo).
Quanto a contratações, o grosso do grupo é sul-americano: nada mais nada menos que sete (três brasileiros, três argentinos e um uruguaio). Curiosamente, a equipa que aparece, neste momento, como a equipa
com melhores condições para ser apresentada é um onze 100% transitório da época anterior. Mas vamos por partes...
  • Na baliza, e apesar de uma pré-época em bom nível do regressado Nuno, Helton é dono e senhor do lugar. Ainda se chegou a ponderar sobre se Nuno deveria ou não garantir o lugar, visto que o brasileiro integrou os trabalhos da equipa já com a pré-época em fase terminal, mas rapidamente se percebeu que tal não iria acontecer.
  • Se nos outros sectores as entradas se deram mais no sentido de reforçar as soluções, pois não houve nenhuma saída fulcral (Anderson não pode ser considerado como tal, pois perdeu grande parte da época devido a uma grave lesão), na defesa não se pode dizer o mesmo. E não foi uma simples saída... Foi Pepe, o patrão do sector recuado nas últimas duas épocas. A solução veio de dentro e, até ver, passa pelo capitão Pedro Emanuel que, tal como Pepe, terá um Bruno Alves completamente diferente e mais evoluído do que quando apareceu. Nas laterais, dois dos laterais que mais gosto de ver actualmente: Bosingwa e Fucile. Como alternativas, surgirão Stepanov, João Paulo, Lino e, na eventualidade, o polivalente Marek Cech.
  • Na teoria, o meio-campo do Porto é uma zona cheia de soluções. Para funções mais defensivas, de combate, Paulo Assunção parece imprescindível. Mas, pelas amostras da pré-época, é preciso ter em atenção o argentino Bolatti ! Um pouco mais à frente é que começam a surgir as dúvidas... Se Jesualdo Ferreira optou, neste início de época e dada a ausência de Lucho Gonzalez e a inadaptação normal dos recém-chegados reforços, por um miolo de combate, com Assunção, Raul Meireles e Kaz/Cech, com a chegada do argentino e com a adaptação dos reforços, este sector poderá sofrer diversas alterações ao longo dos meses. Se, neste momento, não se vislumbra a integração de nenhum dos novos jogadores nas contas a meio-campo, a qualidade superior de Leandro Lima e de Mariano Gonzalez poderá lançá-los para a titularidade em jogos que se prevejam de maior pressão atacante. Já Kaz e Cech terão de aproveitar eventuais falhas de Raul Meireles, principalmente, embora me pareçam algo atrás, de momento.
  • Na frente, temos três velhos conhecidos da casa na liderança da corrida pela titularidade. Nas alas, o mágico Quaresma e o incansável Lisandro López partem na frente, embora o dispensado Tarik Sektioui também tenha efectuado excelentes exibições durante a pré-época. No lugar de ponta-de-lança, a luta disputa-se a quatro. Adriano é, de momento, o dono do lugar. Como alternativas, temos Ernesto Farías, um argentino que chega a Portugal com um currículo invejável no seu país, o jovem brasileiro Edgar e o já conhecido da casa Hélder Postiga. O português tem andado há muito tempo com um pé dentro do clube e outro fora, mas o que é certo é que foi opção para o jogo com o Braga e, devido a lesão de Adriano, prepara-se para ser titular no clássico de dia 26 no Dragão, frente ao Sporting. Farías ainda anda a contas com uma lesão e Edgar parece ser a quarta opção por agora.
Em resumo, a equipa titular do Porto, pelo que se tem percebido pelas intenções e opções de Jesualdo Ferreira, não deve fugir de: Helton; Bosingwa, Pedro Emanuel, Bruno Alves, Fucile; Paulo Assunção, Raul Meireles, Lucho Gonzalez; Lisandro, Adriano, Quaresma.

A época não começou da melhor forma para o clube do Norte. Habituados, nos últimos 20 anos, a ser figura principal do futebol português e, mais recentemente, figura de destaque também nas competições europeias, a derrota com o Sporting, na Supertaça Cândido de Oliveira, a 11 de Agosto, não foi propriamente um acontecimento normal para o clube. Ao contrário do que muitos vaticinavam, eu inclusivé, a equipa não vacilou e levou de vencida uma equipa do Braga cada vez mais competitiva. Por certo, não foi um jogo de encher o olho. Confesso que esperava mais de ambas as equipas mas, quando se tem um jogador como Quaresma num super estado de forma, arrica-se a que ele vença um jogo sozinho.

Domingo é dia de jogo grande contra o Sporting e os adeptos, jogadores e equipa técnica devem ter bem presente que saíram derrotados nos dois últimos jogos contra o clube de Alvalade. Espera-se, portanto, um jogo muito melhor do que aquele fraquinho espectáculo da Supertaça...

S.L. Benfica 2007/2008

m sido uns tempos muito agitados para o lado da Luz. Desde as saídas dos dois jogadores que, na minha opinião, foram o suporte de todo o futebol encarnado da época passada - Simão e Karagounis - e do melhor e mais certeiro homem da frente - Miccoli -, à saída do treinador Fernando Santos já após a primeira jornada da Liga e a primeira mão da pré-eliminatória de acesso à Champions, muitas têm sido as mudanças no Benfica. Quanto a saídas, de mais relevante temos então as referidas de Simão, Karagounis e Miccoli. A estas, podemos acrescentar a de Anderson que, apesar de não ser um bem-amado pelos adeptos, é um central que fez diversos jogos pelo clube e, segundo se diz, estará numa lista de reforços do colosso francês Lyon, para substituir o lesionado Cris. Tirando estes casos, o clube optou, e bem, por se livrar de todo um excedente de jogadores de pouca qualidade, emprestando um, vendendo outros, como são os casos de Beto, Marco Ferreira ou Karyaka.
Para substituir estes atletas, foram feitas apostas de futuro, em jogadores de mercados distintos e com uma mescla de jovens com grande margem de
progressão com alguns atletas já com alguma experiência. Para a baliza, o alemão Butt, para a defesa o bracarense Luís Filipe, Srtetenovic e Zoro; Manuel Fernandes chegou a ser reforço (até ver, estava a ser dos melhores...) mas foi vendido ao Everton. Sendo assim, o meio-campo parte como sector mais debilitado, tendo apenas recebido o argentino Andrés Diáz, que parece não ser propriamente um reforço, e o prodígio americano Freddy Adu que, até ver, ainda terá de enfrentar um complicado processo de adaptação a esta nova realidade. O grande reforço do plantel deu-se, então, na frente de ataque (e aqui estou a contemplar avançados, pontas-de-lança e extremos). Como figura de destaque surge Óscar Cardozo. O paraguaio surge com as melhores referências e todas as amostras que temos tido a oportunidade de observar neste início de época deixam antever o melhor. E, para ele, é bom que assim seja pois o elevado preço da sua aquisição (9 milhões de Euros) coloca um peso enorme sobre si. Também da Argentina, vieram mais dois atacantes: o versátil Bergessio
e o fantasista Di Maria. Para fechar, temos o jovem extremo-esquerdo ex-Rio Ave, e internacional sub-21, Fábio Coentrão.

Com todas estas alterações, e após termos visto dois pobres jogos frente a Copenhaga e Leixões, adversários que, teoricamente, são bastante inferiores, que futuro se pode augurar a este Benfica ?
Bem, é certo que ainda teremos de esperar por ver como o espanhol moldará a equipa, para ver qual será a táctica escolhida, a preparação dos jogadores, a vontade e determinação de agradar ao novo técnico, etc. Mas, tendo em conta tudo aquilo que já tenho como base de avaliação, vou procurar fazer a minha análise ao futebol das águias e respectivo onze titular.
  • Na baliza, penso que o Quim será titular. Entendo os motivos da contratação de um guarda-redes experiente como o Butt mas penso que o lugar é do português. E o problema não está aqui, por certo.
  • Na defesa, há três nomes que não deverão deixar de estar certos: David Luiz, Luisão e Léo. E não foi por acaso que coloquei o jovem brasileiro em primeiro lugar pois, e por mérito seu, parece-me ser o melhor defesa da equipa. Por fim, espera-se uma luta acesa entre Nelson e Luís Filipe pelo lugar de lateral direito, embora o recém-contratado leve ligeira vantagem. A ver vamos se será assim com Camacho. Miguelito, Zoro e Sreten estarão na calha para substituir os restantes.
  • No meio-campo, Petit e Rui Costa são indispensáveis. Katsouranis está num plano muito próximo. Resta, então, perceber se o esquema do Engenheiro será mantido ou se, por outro lado, se dará um regresso ao 4-3-3. Inicialmente, parece-me que o 4-4-2 será para manter e, posto isto, faltará definir uma posição no miolo. Para este lugar há muitas hipóteses. Nuno Assis, Adu, Di Maria, Fábio Coentrão. Um deles poderá ser opção... A ver vamos !
  • Na frente de ataque, Cardozo é intocável. A seu lado, Camacho poderá optar entre a garra de Bergessio ou a experiência de Nuno Gomes.
De momento, a melhor solução penso que passa por: Quim; Luís Filipe, David Luiz, Luisão, Léo; Petit, Katsouranis, Nuno Assis, Rui Costa; Nuno Gomes e Cardozo.

Estou curioso para ver o Benfica dos próximos tempos. Pessoalmente, e embora não o ache nada de especial como líder de grupo (e digo "líder de grupo" em vez de "treinador", pois acho que a sua principal falha está ao nível da psicologia de grupo), tenho a ideia de que a culpa do estado actual do clube não era do Eng. Fernando Santos. Passo a explicar...
As contratações feitas pelo Benfica, especialmente Cardozo, Adu e Di Maria, são um forte pronuncio de aposta séria na equipa, não só a curto como também a médio prazo. Até aqui, temos de tirar o chapéu a Luís Filipe Vieira e seus colaboradores. O problema está nas constantes declarações algo megalómanas do Presidente. Por um lado, consigo compreendê-las no sentido de moralizar as tropas, de galvanizar os adeptos em período de pré-época (ouvir um "O Benfica tem o melhor plantel dos últimos 10 anos e vamos ser campeões certamente!" servirá sempre para empolgar muita gente e, adicionando a isso a fome de futebol que se costuma sentir por essas alturas, e é raro não acabar por se saciar a fome na loja oficial do clube...), até de enviar uma mensagem aos adversários... Mas estas afirmações têm repercussões bastante rápidas, caso tudo não corra ás mil maravilhas, como aconteceu.
Esta situação não é virgem. E, como é LFV quem manda, tem conseguido resolvê-las de forma simples... Seja desviando as atenções para outros lados (Apito Dourado, por exemplo), seja mandando o treinador embora, seja trazendo um novo jogador apelidando-o de novo craque, qualquer coisa tem servido.
A meu ver, esta não é a melhor estratégia.

Resta agora perceber como ficarão as coisas com Camacho...


...e cá estarei para comentar.

segunda-feira, 20 de agosto de 2007

Damos finalmente por aberto este nosso espaço. O Sector A14 é um blog pessoal, onde tentarei dar a minha visão sobre diversos temas do futebol contemporâneo, com principal incidência na nossa querida SuperLiga. Como principal objectivo estará a intenção de transmitir as minhas ideias de uma forma clara e com total imparcialidade.

Quanto ao blog propriamente dito, em primeiro lugar procurarei fazer um pequeno lançamento da época, com especial foco nas três eternos candidatos, analisando contratações, objectivos e, claro, a primeira jornada.

Conto com o vosso feedback ! Critiquem, opinem, sugiram... O vosso apoio será fundamental para poder melhorar este cantinho... Espero que seja do vosso agrado e... bons jogos !