quarta-feira, 31 de outubro de 2007

Liga bWin 2007/2008 - 8ª Jornada

Após 8 jornadas, o destaque vai inteirinho para o Porto. 8 jogos, 8 vitórias, 8 pontos de avanço sobre o segundo classificado (Benfica) e o melhor marcador, Lisandro Lopez, com 8 golos.

De facto, o início de época do Porto, com a saída do Pepe e a lesão do Adriano, e ainda com a derrota na Supertaça Cândido de Oliveira, frente ao Sporting, podiam pressupor uma campanha algo tremida ao longo da época.
O que é certo é que as contrariedades terminaram aí. Ou quase. Não fosse aquela insuficiente resposta dos jogadores menos utilizados frente ao Fátima, aquando da eliminação da Taça da Liga, e podia ser mesmo tudo quase perfeito.

No campeonato, a vantagem é já enorme. Seriam necessárias 2 derrotas e um empate, contando com 3 vitórias do Benfica, para que os azuis fossem apanhados no primeiro lugar. Na Liga dos Campeões, o segundo lugar do Grupo A, com 5 pontos, mais 4 que o cabeça-de-série Liverpool, deixam quase escancaradas as portas da qualificação para a fase seguinte, ainda por cima com dois dos três restantes jogos a serem jogados em casa.

O Porto não tem praticado um futebol claramente dominador, é certo que não. Não tem feito grandes espectáculos, como o fez num passado recente, também é certo. Mas nada é menos certo de que, a esta altura, a vantagem que tem sofre os seus eternos adversários é mais que suficiente para fazer esquecer tudo isso. E se contam por vitórias o número de jogos, ainda melhor. A segurança que parecem transmitir tem sido suficiente para resolver as partidas cedo e controlar depois, o que é sempre o mais desejável. A figura do momento: Lisandro Lopez. De "operário" a goleador foi um saltinho, colocando o argentino no topo do pódium dos melhores marcadores, algo que, acredito, não estaria nos seus planos mais optimistas.

Mais abaixo, temos um Benfica a subir, mas devagarinho. Também não joga bem, também não dá grande espectáculo, tendo na falta de eficácia o seu grande problema. De facto, Cardozo não tem sido o goleador que se esperava. Não considero que esteja mal, bem pelo contrário, mas não tem sido o goleador que a equipa precisa. O problema do clube encarnado é que não tem quem reme contra a maré numa altura em que o paraguaio ainda está numa fase de adaptação à forma de jogar da equipa e, principalmente, dos adversários, pois aparenta sempre sentir-se algo perdido no meio de tanta marcação.

A lesão de Petit permitiu que Gilles Binya mostrasse o porquê de ter visto cancelado por Camacho o seu empréstimo para o Estrela da Amadora. Sem ser um jogador brilhante, e pecando imensas vezes por excesso de agressividade, é um lutador incansável, com um pulmão que dura os 90 minutos e com capacidade de construir também. De resto, as boas prestações dos dois uruguaios recém-contratados, curiosamente as contratações que mais parecem ter sido feitas em cima do joelho, também têm sido bastante positivas, sendo hoje titulares indiscutíveis. No caso de Maxi Pereira, a sua titularidade ainda ganha mais destaque, uma vez que é obtida numa posição que não é a sua de origem (lateral direito), ficando de fora das contas os dois laterais de raiz do plantel, Nélson e Luis Filipe.

Abaixo dos rivais, surge o Sporting. São já 9 pontos os perdidos pelos leões, sendo que 7 deles foram fora, em 12 possíveis. Aqui sim, parece-me residir o principal problema do clube leonino. Certo que foram 2 empates e uma derrota mais ou menos "normais". Perder no Dragão, empatar na Luz e na Choupana não se pode dizer que sejam resultados péssimos mas... são esses os resultados que mudam as coisas. Algo tem de mudar e Paulo Bento parece estar a demorar tempo demais a perceber isso. É certo que o losango era, e provou-se isso, a táctica mais acertada para o clube a dada altura. Tão certo quanto isso é o facto de agora não haver as mínimas condições para continuar a apostar nesse mesmo esquema, quando não há, de todo, peças para tal.

Os reforços não se têm destacado por aí além e, pior que isso, têm sido dado constantes oportunidades a jogadores experientes e já feitos, principalmente Paredes, Farnerud e Tiago, queimando-se à primeira chance (ou mesmo sem essa...) os jovens jogadores que, naturalmente, precisarão de mais tempo para se adaptar, como tem sido o caso de Purovic, Celsinho, Rui Patrício ou Adrien Silva. A ver vamos como se seguirão os próximos episódios, num momento em que a contestação em redor da equipa técnica e corpo directivo passou das conversas de café e de internet para junto dos mesmos.

Seguem-se 3 jogos importantíssimos para o Sporting e, principalmente, para os contestados: a decisão da Taça da Liga, um jogo caseiro de vitória obrigatória, frente à Naval, para a Liga bWin e um dificílimo embate frente à Roma, que poderá alimenar o sonho da passagem à eliminatória seguinte ou hipotecar totalmente essa possibilidade.

De destacar também as equipas do Guimarães, Marítimo e Setúbal. E são de destacar pois os vimaranenses vieram da Liga Vitalis, os madeirenses ficaram num tremido 11º posto na época anterior e os sadinos num preocupante 14º, apenas um e dois pontos acima dos despromovidos Beira-Mar e Aves ,respectivamente.

No Guimarães temos de destacar bons valores, como por exemplo Geromel, Andrézinho, Fajardo, Desmarets e Miljan Mrdakovic. No Marítimo, Van der Linden, Evaldo, Olberdam, Marcinho, Kanu e Makukula. No Setúbal, principalmente Eduardo, Matheus e Cláudio Pitbull. Todos estes jogadores se têm destacado e figurado constantemente nas melhores equipas das jornadas, permitindo aumentar a qualidade do futebol português a outros campos. Se calhar, muitos deles estão já a pedir outros voos...

quarta-feira, 24 de outubro de 2007

AS Roma 2 - 1 Sporting CP

Sinceramente, ontem gostei do Sporting, no global.

Quando vi o sorteio, e após ver alguns jogos da Roma, não esperava uma equipa do Sporting tão personalizada e tão olhos-nos-olhos frente aos italianos. As lesões de vários jogadores importantes, como o são Aquilani, Taddei, Perrotta e, durante o jogo, Totti, condicionaram bastante o futebol da Roma mas o que é certo é que, mesmo assim, os jogadores que apresentaram são de elevadíssimo nível. No lado do Sporting, as ausências de Stojkovic e Polga seriam sempre lacunas demasiado importantes para contornar. Neste caso, penso que Paulo Bento teve duas más opções, à partida, embora compreendesse a escolha do Veloso para central, o que se provou não ser má opção de todo, ao longo do jogo.

Para este jogo, já esperava muitas dificuldades nas bolas paradas. As grandes equipas europeias são cada vez mais especialistas nestes lances e, no Sporting, parece que simplesmente se desconhece que é possível treinar e aperfeiçoar esta decisiva componente do jogo, tanto ofensiva como defensivamente. Para ajudar à festa, lá estava o Tiago, simplesmente péssimo neste tipo de jogadas. Não estranhei muito que, logo aos 15m, já a Roma tinha enviado uma bola à trave e inaugurado o marcador, exactamente em dois pontapés de canto. No golo, culpas claras para duas pessoas: quem meteu o Vukcevic, esse altíssimo jogador e especialista em jogo aéreo, a marcar o Juan e, claro, o Tiago, com uma saída, no mínimo, débil.

Poucos minutos depois, grande golo de Liedson e, em abono da verdade, grande cruzamento do Abel, essa que teima em ser uma das suas lacunas, principalmente na regularidade com que acerta. Pensei que podia ser um bom mote para a equipa se agigantar e conseguir algo mais mas nem por isso. O resto da primeira parte foi morno, sem grandes jogadas de perigo.

A segunda parte começou muito mal para o Sporting. Ataque da Roma pela direita, onde Ronny não consegue parar Cassetti. Aqui, Veloso parece ter o lance ganho mas, em vez de aliviar a bola para fora, prefere fazer uma simulação para a deixar sair pela linha de fundo... o problema é que não viu que estava lá Vucinic, que aproveitou para ficar com a bola e tentar furar pelo meio dos dois centrais leoninos. Embora a falta tenha sido completamente forçada pelo montenegrino, ao contrário da generalidade da crítica, eu acho que é penalty, pois Tonel e Veloso fazem como que uma barreira com as pernas e, se não tocam na bola, então haverá lugar à marcação de uma grande penalidade. Mancini rematou muito mal e Tiago soube segurar o empate, com uma boa defesa e bons reflexos a impedir a recarga do brasileiro.

Quando a equipa leonina se mostrava claramente como dona do meio-campo e do jogo, foi num contra-ataque que os italianos deram uma machadada fatal às aspirações do Sporting: lance individual de Vucinic e bola no fundo das redes de Tiago. Pelo meio, figura muito feia de Abel (que chegou a ter superioridade evidente no lance mas, para não deitar para canto, tentou fazer um toque mais complicado e foi batido...) e de Tonel (que se fez ao lance como um qualquer iniciado.. totalmente "à queima").

Antes do golo, e estando o Sporting em cima da Roma e com uma possibilidade história de sair de Itália com os 3 pontos, bastando um forcing final, já Paulo Bento se preparava para meter o inconsequente Paredes. Estranhei a substituição, visto que esta não fazia qualquer sentido, a não ser para a saída da Ronny, ficando com 3 defesas e com Paredes ao lado de João Moutinho. Depois do golo, a sua entrada não fazia qualquer sentido. Mesmo assim, Paulo Bento manteve a substituição e, em vez de arriscar logo e dar um sinal claro que de pretendia o empate, tira o Vukcevic (que, depois de um jogo muito fraquinho, estava a começar a aparecer...) e mete o Moutinho a interior, onde rende muito menos. Não fez sentido... Assim se viu, pois o Sporting deixou de existir no meio-campo. Eram só pontapés para a frente do Veloso.

As restantes substituições continuaram a não ter nexo algum, como tem sido apanágio em Paulo Bento, pois o Djaló, com uma 2ªparte miserável, e o Romagnoli, o melhor do Sporting até "rebentar", lá para os 65m, deveriam ter saído.

Assim não foi. Derrota normal, antes do jogo, derrota difícil de aceitar, depois dele. Perdeu-se uma oportunidade de ouro.

Agora... Venham as tão portuguesíssimas contas...
PS: Infelizmente, por razões profissionais, não poderei ver os jogos de Porto e Benfica, pelo que não poderei comentar as suas exibições. Resta-me desejar boa sorte a ambos.

sexta-feira, 19 de outubro de 2007

Real Sport Clube

Hoje farei um post diferente e, para mim, especial...

Ontem o meu irmão (Diogo Soares, 10 anitos...) recebeu a notícia de que foi um dos inscritos pelo Real Sport Clube (Massamá) para a competição de futebol sete - Escolas A. Dado que a formação é, claramente, um dos aspectos que mais me agradam no futebol, é com agrado que acompanho a sua evolução. Não só a sua mas também a do Real, clube onde estive federado durante duas épocas, as duas primeiras do clube, há 12 anos atrás. Espero um dia lá voltar, com outras funções...

Sendo assim, vou passar a incluir no meu blog alguns comentários sobre o próprio clube, visto que merece ser olhado com atenção. Este ano esteve próximo de atingir a Liga Vitalis pela primeira vez na sua história - derrota no playoff de apuramento frente ao Fátima. De facto, foi uma excelente campanha mas o Real destaca-se é pela imensa qualidade da sua formação. O caso mais mediático é, sem dúvida, Nani, cuja transferências para o Manchester United ainda rendeu ao clube de Massamá perto de 1,5M€, dinheiro esse totalmente destinado à melhoria das condições de treino do clube e, se a planificação pretendida correr de feição, à construção de um gimno-desportivo que lhe permitirá alargar horizontes para muito mais modalidades, principalmente o futsal. Mas não foi só Nani a passar por esta magnífica formação, considerada a 3ª melhor do país, atrás dos gigantes Sporting e Porto. Também por lá passaram Manuel Fernandes e Ricardo Vaz .

A transferência do jovem internacional português permitiu a José Libório, presidente do clube, arrancar com algumas obras importantes, nomeadamente a construção do quarto campo do complexo (que passará a contar com um relvado e, agora, três sintéticos para a formação), de uma bancada coberta no principal campo sintético e de um edifício de dois pisos, com novos e modernos balneários no piso de baixo e com restaurante/bar no piso de cima, com vista panorâmica para os campos. A construção deste terceiro campo permitirá ao clube aumentar, em cerca de 250 vagas, o seu já largo lote de jogadores da formação, que já ultrapassa as 600 crianças.

Este é um clube a ter em conta e, sabendo a forma como está a ser planeado o futuro, com base na formação e sem exageros megalómanos, não é complicado prever a sua presença entre os maiores clubes a curto prazo.


Quem estiver interessado em saber mais, poderá fazê-lo em: http://www.realsportclube.com

terça-feira, 16 de outubro de 2007

Informaçao ou desinformaçao ?

A reabertura do mercado de transferências aproxima-se e, com ela, começam a surgir as capas de jornais a anunciar aos sete costados de que este clube está interessado neste e naquele jogador, que o outro clube vai comprar o jogador x para esta posição, etc. Hoje, seguindo esta lógica, surge a indicação de que Paulo Bento apenas pretende um ponta-de-lança, que a Fiorentina está interessada em João Moutinho, que o Benfica estará interessado em Chevantón e Soldado, que o Inter de Milão está interessado em Quaresma, que o Porto deseja Ismael Sosa, que o Chelsea quer Van der Vaart, que o Farnerud tem clubes suecos interessados, que a Juventus já assegurou Gilberto Silva, que o Man Utd, Ajax, Real Madrid e outros estão interessados numa jovem promessa montenegrina, etc..etc..etc... São imensos os casos e todos eles foram escritos só hoje.
Como tal, à medida que este período se vai aproximando, mais estas novelas que se irão passar em torno das contratações e interesses irão surgir, pelo que convém ser cauteloso no que se lê. Eu cá ainda espero pelo milagre do jornalismo sério e não-especulativo, mas até lá...

sexta-feira, 12 de outubro de 2007

Azerbeijão - Portugal (AA)

Lista completa de convocados:

Guarda-redes: Ricardo (Bétis, Esp) e Quim (Benfica);
Defesas: Miguel (Valência, Esp), Bosingwa e Bruno Alves (FC Porto), Paulo Ferreira e Ricardo Carvalho (Chelsea, Ing), Fernando Meira (Estugarda, Ale) e Tonel (Sporting).
Médios: Raul Meireles (FC Porto), Miguel Veloso e João Moutinho (Sporting), Maniche (Atlético de Madrid, Esp), Duda (Sevilha, Esp) e Deco (FC Barcelona, Esp).
Avançados: Cristiano Ronaldo e Nani (Manchester United, Ing), Simão (Atlético de Madrid, Esp), Ricardo Quaresma (FC Porto), Nuno Gomes (Benfica) e Hugo Almeida (Werder Bremen, Ale).

Desta lista, saiu Bosingwa lesionado e, para o seu lugar, entrou Jorge Ribeiro. Aqui começa o primeiro problema... Acho que não faz grande sentido esta escolha, ainda para mais havendo um lateral em grande forma, como é o caso do Abel. Mas enfim, tem de se entender a sua preferência de dar uma alternativa ao Paulo Ferreira, pois o Miguel estará em melhor forma de momento.

Posto isto, acho que o melhor onze para amanhã seria:


De momento, julgo que o Quim merece a titularidade. Não sei bem como o Ricardo anda por lá, os ecos que se têm ouvido não são dos melhores, mas o guarda-redes do Benfica está em grande forma e merecia esta chance. Na defesa, não deverá fugir a isto. Miguel e Paulo Ferreira apresentam-se como as melhores opções para as laterais e R. Carvalho e Bruno Alves para o meio, sem dúvidas, embora tenha gostado bastante do Meira no último jogo da Selecção, salvo erro.
No meio, Miguel Veloso merece o lugar de trinco, mas mais pela ausência do Petit do que outra coisa pois, de momento, está muito longe das excelentes prestações da época anterior. À sua frente, Scolari deverá optar pelo Deco e Maniche. Eu não sei se o faria, pois as últimas prestações do Deco pela Selecção (e digo "prestações" pois foram 3 ou 4...) rossaram o péssimo.
No ataque, optaria pelos dois jovens fantasistas nas alas e a força de Hugo Almeida no centro, embora acredite que Scolari opte por Nuno Gomes, mais experiente e por certo moralizado com os dois golos obtidos frente à União de Leiria. Também tenho gostado mais do Simão na Selecção, onde sempre me pareceu render menos do que no Benfica. O contrário se tem passado com o Quaresma, que parece que se intimida.. mas desta vez acho que apostava nele.

Vamos lá mas é ganhar. Eu não ligo muito à Selecção, confesso, mas a malta sempre se anima nas fases finais, por isso, espero que lá cheguem. É que sempre é melhor ver um Euro ou um Mundial com Portugal lá, para um gajo ir para o belo do Café Rally entreter-se com o menú do dia (cervejinha, tramoço e minuim) do que ficar por casa a ver os outros.

quinta-feira, 11 de outubro de 2007

Jogador do mes de Setembro - bwinLiga

Classificação dos dez primeiros - Setembro 2007

1º Rui Costa, Benfica
2º Quim, Benfica
3º Lisandro López, F.C. Porto
4º Matheus, V. Setúbal
5º Anderson Polga, Sporting
6º Romagnoli, Sporting
7º Lucho Gonzalez, F.C. Porto
8º Geromel, V. Guimarães
9º Bruno, Marítimo
10º Bosingwa, F.C. Porto


Bem, não podia deixar de comentar esta tabela.

Senão, vejamos por partes:

- Rui Costa: 441 minutos, 2 golos (ambos em vitórias por 3-0), 2v 2e 1d.
- Quim: 450 minutos, 2 golo sofridos (derrota por 2-1), 2v, 2e, 1d.
- Lisandro López: 435 minutos, 6 golos marcados (5 deles que resultaram em vitórias por 1-0, 2-0 e 2-0, e outro numa vitória por 3-0), 4v, 1e, 0d.

Concordo que tenham sido estes os jogadores escolhidos. Já a ordem, teria de ser totalmente a inversa.

Lisandro López tem sido, de longe, o melhor jogador da prova. Tem assinado grandes exibições, marcado muitos golos e, com isso, trazido vitórias para o seu cada vez mais isolado e líder clube.

Quim tem estado em excelente nível e tem sido um dos salvadores deste início de época tremido do Benfica. De facto, o clube encarnado tem vencido alguns jogos mas, na maioria deles, mesmo sendo superior nos 90 minutos, deve ao ser guarda-redes muitas intervenções que poderiam trazer outros dissabores. Assim sendo, concordo com o seu lugar de destaque, assim o merece. E, para mim, merecia algo mais... Mas isso já depende do senhor Socolari.

Rui Costa está em bom plano, é um facto. A técnica, visão de jogo, qualidade de passe e, sobretudo, inteligência, estão lá todas. A frescura física que, aos 35 anos, tem vindo a demonstrar, também é de louvar. O que não acho muito bem, é todo o constante eudeusamento da comunicação social a certos jogadores, como tem acontecido com Rui Costa. Esse eudeusamento exagerado facilmente se torna em verdade absoluta e, consequentemente, na opinião global. Este prémio, no meu entender, é fruto disso mesmo.

O mal é que isto não é um caso isolado, de todo. É praticamente sempre assim e é preocupante... E têm havido imensos exemplos assim: Moutinho, Veloso, Bruno Alves, Nuno Gomes.. Ultimamente, assistiu-se ao fenómeno Miguel Vítor, um jovem central que mostrou ter alguma qualidade, é verdade, mas que, para a comunicação social, se tratava indubitavelmente do novo Beckenbauer. Estes exageros, por vezes, acabam por funcionar de forma perversa sobre os jogadores, principalmente com os mais novos. Começam a subir-lhes à cabeça demasiadas coisas e depois fica complicado atingir certos níveis de concentração competitiva. Para se provar isto, basta olhar ao caso de Miguel Veloso, que agora se nota que anda com a cabeça totalmente fora do Sporting.


Posto isto, apenas reafirmar que considero muito injusta esta decisão. Um jogador para poder vencer um prémio destes tem, realmente, de se destacar, individual e colectivamente. A parte do "colectivamente" é bastante importante pois, e apesar de este ser um prémio individual, o futebol é um jogo colectivo e esse deverá ser o seu principal aspecto a ter em conta. Sendo assim, não faz qualquer sentido não premiar um atleta que contribuiu com golos em 100% dos jogos (4) do seu clube, a contar para a principal competição interna, sendo que em 75% desses jogos (3, em 4) foi mesmo o único marcador, e logo 5 golos.

terça-feira, 9 de outubro de 2007

Premiership

Hoje vou falar um pouco da liga inglesa de futebol, a Barclays Premiership, provavelmente a melhor liga do Mundo.

Como sabem aqueles que me conhecem, sou um grande fã do Liverpool mas gosto essencialmente da liga em si, do seu futebol, do público, de tudo o que o envolve, já há largos anos. Como tal, esta tem sido mais uma época em que procuro acompanhar ao máximo os jogos possível. Em relação a candidatos ao título, à partida teremos os mesmos 4 que o têm sido nos últimos anos: Liverpool, Arsenal, Man Utd e Chelsea.
Analisando um a um, principalmente em relação à época transacta, pensar-se-ía que o Chelsea iria solidificar o seu estilo de jogo, com algumas compras importantes, que o Liverpool poderia ficar bem mais forte, tendo finalmente um matador e um banco com largas opções, que o Manchester iria dar continuação à grande época que realizou e que o Arsenal poderia ser a equipa em piores lençóis, pela saída do goleador máximo, capitão e principal figura, Thierry Henry, para o Barcelona.

Agora, com 9 jornadas realizadas, os cenários são bastante distintos ao previsto. Mas vamos por partes:

- Arsenal: Início de época imparável, com 17 vitórias e 1 empate em 18 jogos. De facto, só mesmo o empate fora, a uma bola, com o Blackburn não permite aos gunners ter um registo perfeito de vitórias. Com a saída de Henry, o espaço para outras figuras brilharem é maior e há quem o ande a aproveitar, sem dúvidas. Se, por um lado, um avançado que parecia não ser fora-de-série se está a afirmar como um bom goleador (Adebayor), o que é certo é que as grandes figuras desta temporada também já o eram antes... apenas não tão preponderantes: Robin van Persie e Cesc Fabregas. Tanto um como outro têm facturado bastante, principalmente o holandês. Em 7 jogos na Liga, conta já com 5 remates certeiros, enquanto que na Champions tem 2 golos em outros tantos jogos. O espanhol, no mesmo número de jogos em cada competição, tem menos um golo que van Persie em cada uma delas, ou seja, 4 na Liga e 1 na Champions.

- Chelsea: A saída de José Mourinho vem alterar toda a conjuntura do clube londrino. O treinador português era adorado pelo público e por muitos jogadores, mas suspeita-se que alguns membros do plantel se viraram contra ele e tudo fizeram para que este fosse despedido. Apesar de tudo, a equipa tem ganho, embora já se encontre a 7 pontos do líder Arsenal. O jogador em maior destaque tem sido o habitué Frank Lampard, sendo que reforço Malouda também pegou de estaca no onze titular.

- Manchester United: Apesar de ter tido um início algo tremido, com imensas más exibições que não auguravam boas perspectivas, com dois empates e uma derrota. O que é certo é que o United soube dar a volta e, embora com as tais más exibições, uma série de quatro vitórias por 1-0, a última das quais em Alvalade, foi o suficiente para fazer a equipa ganhar mais confiança. Ronaldo reapareceu, após um castigo de 3 jogos, e continua a ser a principal figura desta equipa. Na última jornada bisou, embora um dos maiores momentos tenha sido o primeiro golo de Wayne Rooney este temporada. Nani começou a época em grande, aproveitando a ausência de Rooney e Ronaldo, mas tem vindo a perder o gás e, consequentemente, minutos de jogo. Já Anderson tem vindo em percurso inverso, pois tem jogado mais e nesta última jornada já fez uma exibição que alguns companheiros elogiaram.

- Liverpool: Os Reds destacaram-se no defeso, com muitas contratações, algumas delas importantes, como os casos de Fernando Torres, Ryan Babel e Voronin. O que é certo é que já contabilizam 4 empates na Premier League e, pior que isso, uma derrota caseira na Champions, frente ao Marselha. Confesso que esperava um pouco mais desta equipa. Nos anos anteriores têm feito sempre bons jogos mas parece que falta sempre um matador a sério, alguém que "meta a bola lá dentro". Torres, com 4 golos em 8 jogos, e Voronin, com 3 golos em 7 jogos, têm sido os mais eficazes da equipa. Algo não está bem e Benitez tem de o corrigir, pois já são 6 os pontos que os separam dos gunners.

Para quem, como eu, é apreciador desta competição, e embora já parta com algum atraso, aconselho:

http://fantasy.premierleague.com/

segunda-feira, 8 de outubro de 2007

bWin Liga 2007/2008 - 7ª Jornada

A nossa querida bWin já vai quase a 1/3... De momento, um factor de destaque claro... O Porto vai isoladíssimo, com 7 vitórias em outros tantos jogos.

Mantendo a estrutura da época anterior, a equipa portista conseguiu contar por vitórias todos os jogos até aqui disputados, com Lisandro Lopez em grande destaque, tendo já 6 golos na sua conta pessoal. Se, por um lado, o fio de jogo portista ainda não é o mais desejado, como foi prova ontem em Coimbra e como tem acontecido em alguns jogos, o que é certo é que o Porto tem vencido sempre e, diga-se, com justiça. Em relação a caras novas, Stepanov beneficiou da inclusão nos titulares do jogo de má memória contra o Fátima, a contar para a Carlsberg Cup, ganhando a titularidade após esse encontro e mantendo-se, desde então, em bom nível.
Em segundo lugar, Sporting e Marítimo, a distantes 7(!) pontos do líder. Os insulares têm sido a grande surpresa da prova, com Makukula e Kanu em evidência, com 7 golos somados (4 e 3, respectivamente). Já na equipa leonina, as exibições têm sido um pouco intermitentes, não havendo ainda o poder de jogo colectivo que se observou em algumas partes da época transacta. A destacar, talvez só mesmo na defesa, embora já tenham sofrido 4 golos. Anderson Polga está numa forma fenomenal, coroada com a obtenção do primeiro golo oficial pelo clube leonino, e logo valendo 3 preciosos pontos na Champions; Ronny, a quem muitos torciam o nariz no início da época, eu incluído, tem vindo a subir e a ganhar o seu espaço; Abel mostra-se sempre incansável e tem sido dos mais produtivos no ataque, curiosamente; por último, Tonel, central que teima em marcar golos.
O Benfica surge na 4ª posição, a 1 ponto dos leões e dos insulares e já a 8 pontos do 1º lugar. A vitória frente ao Leiria permitiu ao clube respirar um pouco melhor, depois de 5 jogos consecutivos sem vencer, tendo duas derrotas para a Liga dos Campeões pelo meio. Camacho herdou a complicada tarefa de fazer jogar muita gente nova e, aos poucos, começam-se a notar algumas melhorias. Pela positiva, destaco o eterno Rui Costa e, principalmente, Cristian Rodriguez, jogador que me tem surpreendido imenso.

Ainda falta muito para jogar, é um facto, mas o Porto já vai (muito) distante. Será curioso ver o desenrolar das próximas jornadas, sendo que Benfica e Sporting estão totalmente proibidos de perder mais pontos, correndo assim o risco de hipotecar por completo a época.

terça-feira, 25 de setembro de 2007

Paulo Bento: Será "mais" ou será "menos" ?

Antes de mais, quero voltar a pedir desculpa pela demora. De facto, por motivos profissionais, o tempo tem sido totalmente escasso para actualizar o blog, situação que pretendo alterar a partir de hoje. Agradeço a quem cá continua a dar um saltinho...

Quanto a Paulo Bento, acho que começa a ter alguma culpa. Não, não desejo que seja substituído, obviamente, e muito menos o considero como único culpado...

Analisando todo o seu trabalho, então, por partes:

- A Táctica
: Bem, ele lá engrenou no 4-4-2 losango e dali não sairá, a não ser para a sua forma de 3-5-2 que, claramente, pode ser caótica sem os defensores certos. Depois há coisas que me fazem confusão... Porque raio esta equipa não poderia funcionar em 4-3-3 ?! A meu ver, até é mesmo a táctica que melhor se adapta aos jogadores que temos. Se o Vukcevic por ser adaptado a interior esquerdo, posição que não tem nada a ver com a que ele devia jogar (nº10) e se o Moutinho pode ser adaptado a interior direito, esquerdo ou a número 10, quando se vê claramente que é um 6 puro, porque é que o Liedson não poderá jogar "sozinho" na frente ? Não entendo. Um dos seus melhores períodos foi com Douala ao lado, jogador esse que jogava sempre encostado à linha, ficando o Levezinho só no centro. Nota: menos

- O Onze
: Após um início mau e com vários problemas para atinar, não só por alguma teimosia com alguns jogadores como também com uma aposta exagerada na rotatividade, finalmente atinou com um onze-tipo e daí tirou resultados. Em relação a esta época, a equipa parecia estar a engrenar bem. Embora não concorde com algumas opções tácticas de alguns jogadores, como por exemplo Moutinho como médio interior (para mim, é trinco por excelência, como referi) ou Romagnoli a nº10 (rendia mais na esquerda a fazer desequilíbrios nas diagonais do que numa zona onde o remate poderia ser fulcral.), compreendia-se perfeitamente o onze que começou a época como titular. O Ronny não teve concenso geral mas tem cumprido bem e com melhorias no processo defensivo, pelo que não foi má opção. Izmailov tardou a aparecer em bom plano e Vukcevic tem-se mostrado bastante bem.. Começa aqui a primeira questão. Não faz muito sentido mas enfim, ele lá saberá. Derlei estava a afirmar-se como titularíssimo mas assim impõe-se uma alternativa. Purovic ou Djaló ? Bem, eu prefiro o Purovic, de longe, embora ache que, o ideal, seria Liedson sozinho e 4-3-3... Mas isso fica para depois.
A rotatividade tinha ficado de lado. Paulo Bento falou e disse que ía começar a reaparecer. Os resultados estão à vista... Rotatividade ? Sim, sem dúvida. Mas não no onze-titular... Tem de ser feita é nas substituições, descansar os titulares se as coisas estiverem a correr bem, não pode ser assim, como ficou ontem provado. Nota: mais ou menos

- As Substituições
: Aqui acho que falha bastante. Sejam tardias, sejam mal feitas, é uma lacuna que tem de rever. E este tópico mistura-se com o anterior pois, volta e meia, tem opções que influenciam a táctica de forma incompreensível. Ontem, por exemplo, não se entende a saída do Vukcevic. Passou a 2ª parte quase toda isolado na esquerda, com o Ronny, sempre de braços no ar a pedir a bola, pois todos os jogadores do meio campo tendiam a virar-se para o Abel. A indicação era para os jogadores jogarem também pela esquerda e não fazer uma substituição como que a dizer "Muito bem, assim é que é bom. Continuem a jogar só por um lado.". Nota: menos

- A Mentalidade: Acho que esta é a sua principal lacuna. Como tem sido referido, preocupa-se primeiro em não perder e, depois, em ganhar. Ora, esta ideologia até pode ser compreensível... O pior é quando é levada ao extremo. E o extremo é o medo que demonstra em jogos teoricamente maiores. Nesses, das duas uma: Ou o adversário está num dia não e temos um lance de inspiração de um ou mais atletas nossos ou a coisa corre mal... Tem sido praticamente sempre assim. O jogo do Sporting baseia-se num futebol técnico, apoiado, curto, veloz... Porque é que quando chegamos aos jogos mais importantes a estratégia é o constante pontapé para a frente para os gigantes Liedson, Derlei, Djaló, Moutinho, Izmailov ou Romagnoli ? É que dos gajos atacantes que temos, os únicos com estampa física para ganhar bolas pelo ar são o Vukcevic, pela força, e o Purovic, pela altura. Mas estes nunca jogam nesses jogos... Um porque não passa a vida a defender, o outro porque não sabe jogar em contra-ataque. E aqui começa a passagem da mentalidade de amedrontado para os jogadores.
Vencemos na Reboleira com uma equipa atacante, positiva. Vamos jogar com o ManUtd e quais as alterações ? "Epá, é melhor meter mais um médio para ajudar a defender e um gajo que não sabe parar uma bola nem ganha qualquer lance dividido mas vá, ao menos sabe correr e pode ser que ganhe a bola num pontapé pr'á frente ou num alívio...". O mesmo acontece nos jogos contra o Porto, Benfica e alguns fora teoricamente mais complicados. Os jogadores são humanos e estas coisas sentem-se, como é lógico. Nota: menos

- A Liderança: Aqui é dos melhores que passaram pelo Sporting, pelo menos desde que vejo futebol. Ora, não têm havido casos de indisciplina, a equipa não é agressiva nem vê muitos amarelos por faltas duras ou por protestos, é um facto. Os jogadores respeitam-no, também é verdade. Por aqui, tudo óptimo. Nota: mais

- A Comunicação: Tirando o facto de ter uma forma de falar extremamente irritante, que quase tira toda a vontade de o ouvir, sabe perfeitamente dirigir-se à Comunicação Social e expressar-se sobre os jogos. Evita quase sempre falar da arbitragem, sabe reconhecer os erros e sabe cascar na equipa quando sente que é necessário. Que me lembre, e isto é mesmo uma área onde as lembranças são mais vagas, a única grande falha que me lembro é a estranha falta de protecção (que, em boa verdade, nada mais seria que a verdade...) ao guarda-redes Stojkovic após o erro da equipa de arbitragem no Dragão. Nota: mais

- Os Jovens
: Por ser antigo treinador dos juniores, o início da sua prestação enquanto treinador leonino pautou-se por uma aposta forte em jovens, a maioria por ele treinados no escalão inferior. Rapidamente estes se tornaram como jogadores fulcrais no plantel, principalmente Veloso e Nani, juntando-se a Moutinho. Em Janeiro voltou Pereirinha, por lá andava o Djaló. Para esta época pensava-se que poderiam despontar mais uns quantos jovens mas assim não se registou. Havia grande esperança em jovens como Daniel Carriço ou Adrien Silva... O primeiro foi emprestado, em detrimento de Paulo Renato que, nas amostras que vi, não me parece grande jogador; o segundo fez uma excelente pré-época, pensou-se (e continua-se a pensar...) que é a melhor alternativa às 5 opções primárias para o meio campo (contando com Moutinho, Veloso, Romagnoli, Izmailov e Vukcevic) mas Paulo Bento assim não acha e prefere continuar a apostar num inconsequente Farnerud, num Pereirinha que teima em não provar algo de especial e num Paredes que já nem devia constar no plantel. Nota: mais ou menos

Resultado: 2 mais, 2 mais ou menos e 3 menos.

Conclusão: De facto, é um líder. Tem um carácter muito forte e tem conseguido tirar muito dos seus jogadores. Já a nível táctico, tem imensas lacunas...

PS: Para mim, e dados os jogadores disponíveis, o onze-ideal seria:

segunda-feira, 24 de setembro de 2007

De volta !

Peço desculpa pela imensa demora mas conto estar de volta a tempo inteiro ! Como referi, o tempo tem sido extremamente reduzido, por motivos profissionais, principalmente. Contudo, não posso deixar morrer este cantinho que tanto prezo e espero conseguir postar com a frequência desejada.

Mais logo segue uma análise ao trabalho de Paulo Bento...

terça-feira, 4 de setembro de 2007

Pequena ausência...

Por motivos profissionais (novo emprego) e pessoais (fim-de-semana fora), não me será possível actualizar o blog antes de segunda-feira, dia 11.

Peço desculpa a quem me vai lendo...

E um obrigado a todos por o fazerem. Prometo voltar em força !

domingo, 2 de setembro de 2007

3ª Jornada - Bwin Liga

(Por me ter descolado ao estádio José Alvalade, para ver o Sporting - Belenenses, não me foi possível ver os jogos de Porto e Benfica, pelo que me limitarei a comentar o jogo da equipa leonina.)

Foi um jogo complicado para a equipa verde-e-branca. O Belenenses é uma das boas equipas do nosso campeonato e provou isso mesmo no jogo desta noite. Muito sólidos a defender, voluntariosos na luta de meio-campo e bastante rápidos nas acções de contra-ataque. Foi assim que se apresentou a equipa de Jorge Jesus neste final de tarde, em Alvalade. Tal como se viu o Porto fazer nos dois recentes jogos contra o Sporting, primeiro na Supertaça, depois na 2ª jornada da Bwin Liga, Miguel Veloso mereceu destaque por parte do treinador adversário e, desta feita, foi Zé Pedro quem não descolou do médio defensivo leonino.


O Sporting não fez um bom jogo. Gostei da garra com que procuraram o golo mas faltou fio de jogo, faltou um meio-campo mais próximo, faltou a equipa mais em bloco. O que é certo é que foi um jogo em que o uso abusivo de pontapé para a frente, por parte dos defesas, foi nota dominante. Analisando individualmente:
  • Stojkovic: Foi quase exagerada a forma como evitou agarrar a bola. De resto, viu uma bola embater-lhe no poste direito da baliza (remate de Ríben Amorim aos 43'), viu Zé Pedro falhar um cabeceamento já quase dentro da pequena área e teve (mais uma) falha a sair à bola num cruzamento. De resto, nada para defender.
  • Abel: Subiu diversas vezes a preceito, de forma a ajudar o ataque pela sua ala, mas falhou várias vezes nos cruzamentos. De facto, tem de melhorar este capítulo pois não é a primeira vez que isso acontece.
  • Tonel: Jogo sem grande trabalho, pois o seu colega de sector, Anderson Polga, esteve em grande destaque e limpou a maioria das jogadas. Acabou por ser substituído por Yannick Djaló aos 66'.
  • Polga: Mais um excelente jogo do central brasileiro, sempre no sítio certo e anulando a maioria dos ataques azuis, invariavelmente com grande classe.
  • Ronny: Voltei a gostar bastante dele. Seguro a defender, soube também atacar pelo seu flanco. Na retina ficaram 3 ou 4 variações de flanco efectuadas na perfeição e dois potentes remates de longe, um deles, na 2ª parte, a passar mesmo muito perto da baliza de Costinha.
  • Miguel Veloso: Esta época não tem começado muito bem para o trinco leonino. O grande final de época que fez, assumindo-se como primeiro e principal lançador de ataque da equipa, faz com que os adversários comecem a tê-lo sob marcação cerrada. Hoje foi Zé Pedro quem não lhe deu um milímetro. Acabou por sair aos 56', dando o seu lugar a Vukcevic.
  • João Moutinho: Tal como Veloso, não fez um bom jogo. Jogou como médio interior, descaído para a esquerda, e não conseguiu sobressair minimamente, estranhando-se até a quantidade de bolas que perdeu, seja em más recepções ou passes mal medidos. Após a entrada do montenegrino, passou para a posição 6 e, aí sim, apareceu bem melhor em jogo, anulando inúmeros ataques do Belenenses. É mesmo a posição em que gosto mais de o ver...
  • Izmailov: Não começou muito bem o jogo mas foi melhorando ao longo deste, aparecendo bastantes vezes pela ala direita, em combinações com Abel ou Romagnoli, principalmente. Não teve assim nenhum lance muito vistoso, mas é um atleta que trata bem a bola e tem uma qualidade de passe acima da média. No entanto, precisa de ser bem mais acutilante ofensivamente, pois está a começar a perder o comboio para Vukcevic, no que concerne à titularidade. Cedeu o seu lugar a Djaló.
  • Romagnoli: Consegue pegar no jogo, consegue transportar a bola passando por 2/3 adversários mas... não sei, parece que lhe falta a última parte. Seja o remate que quase nunca faz, seja o passe que teima em não sair bem, seja o cruzamento que tende a sair mal... Juntando a isto uma total incapacidade de ajudar a defender, graças à sua fraca força física e capacidade de pressão... Enfim, gostaria de ver na sua posição o Vukcevic, nem que fosse uns minutos apenas.
  • Liedson: E o Levezinho lá resolveu ! Não fez um grande jogo. Na primeira parte, andou distante da partida e dos lances de perigo. Na segunda parte apareceu melhor, estando em evidência por três vezes: no golo, na falta que originou o penalty e na recarga do penalty. De resto, não esteve muito bem, caindo várias vezes em fora de jogo, como é seu apanágio. O que é certo é que marcou mais um golo, com um bom cabeceamento a corresponder a um centro perfeito de Vukcevic, golo esse que valeu mais 3 pontos.
  • Derlei: O brasileiro voltou a estar muito bem, na minha opinião. Quando se pensava que Liedson era um caso ímpar de um avançado com tremenda capacidade de sofrimento e de pressão, eis que Derlei prova, jogo após jogo, que isso é mentira. Para mais, mostra ainda mais vontade que o compatriota, indo à luta até em lances nos quais Liedson desiste. Teve 3 grandes desmarcações na primeira parte. Nas duas primeiras, com clara vantagem para marcar, optou por assistir o companheiro de ataque e os lances perderam-se. Escaldado por essas duas opções, na terceira possibilidade, a mais complicada de obter sucesso, escolheu rematar, indo ao lado. Acabou o jogo como médio centro.
  • Yannick Djaló: Entrou para o lugar de Izmailov e jogou como extremo direito. Pessoalmente, acho que é a posição onde rende mais e, numa altura difícil para a equipa, acabou por fazer umas boas arrancadas pela lateral, mas sem grande seguimento. Teve ainda tempo para desperdiçar incrivelmente o 2-0, sozinho na cara de Marco.
  • Purovic: Sempre que entra, parece jogar demasiado encostado às alas. Não sei se é opção técnica, se é o jogador que tem essa tendência, mas o que é certo é que isso acontece e parece bastante contra-natura. A sua posição tem de ser de homem fixo na área, no meio dos centrais. Assim perde-se muito...
Por último, aquele que, na minha opinião, acaba por ser o MVP da partida, pela forma decisiva como mudou os acontecimentos: Simon Vukcevic.
Tal como aconteceu no Dragão, o montenegrino entrou e mudou o jogo da equipa. Rápido, com grande controlo de bola e muita força no contacto ombro-a-ombro, impôs rapidamente o seu jogo e a sua presença. É do seu pé esquerdo que sai o milimétrico cruzamento que permitiu a Liedson fazer o golo que ditou o resultado final da partida.
De facto, as prestações de Vukcevic parecem não dar alternativa a Paulo Bento que não colocá-lo como titular, pois este está num excelente momento de forma e é, sem quaisquer dúvidas, um verdadeiro reforço.

No lado do Belenenses, destaque para a excelente exibição do trinco Ruben Amorim e do lateral esquerdo Rodrigo Alvim. Penso que a equipa sentiu muito a falta do seu organizador de jogo por excelência, Zé Pedro, que hoje andou demasiado preocupado com Miguel Veloso. Na frente, nota-se que falta uma referência, alguém que consiga jogar em cunha no meio dos centrais, tal como fazia Dady a época passada.

O Sporting segue em 3º lugar, com 6 pontos, menos 3 que Porto e que o surpreendente Marítimo, enquanto que os azuis do Restelo estão numa complicadíssima e inesperada 15ª posição, com apenas 1 ponto em 3 jogos.

quinta-feira, 30 de agosto de 2007

Foi hoje o sorteio da fase de grupos da Uefa Champions League.
Sendo sempre complicado falar em "bons sorteios" numa fase destas, dada a imensa qualidade das equipas presentes, há sempre equipas/grupos a evitar. No caso das equipas portuguesas, penso que a fava saiu (novamente) ao Sporting. O Benfica também poderá ter uma tarefa complicado enquanto que, à partida, o Porto é, das três, a que se apresenta com mais condições de seguir em frente. Mas vamos aos grupos:

GRUPO A
Liverpool (Inglaterra)
PORTO (Portugal)
Marselha (França)
Besiktas (Turquia)

GRUPO D
Ac Milan (Itália)
BENFICA (Portugal)
Celtic (Escócia)
Shakhtar Donetsk (Ucrânia)

GRUPO F
Manchester United (Inglaterra)
A.S. Roma (Itália)
SPORTING (Portugal)
Dinamo Kiev (Ucrânia)

De facto, penso que o Porto é quem tem a tarefa mais facilitada, à partida. O (meu adorado) Liverpool está muito forte esta época, mas Marselha e Besiktas são acessíveis para o Porto. Analisando o actual percurso dos adversários da equipa portista, no que concerne à competição caseira:
  • Liverpool: 5º lugar (2v, 1e). Tem um jogo a menos que o líder Chelsea e, a par do Arsenal, são as únicas equipas com possibilidades de igualar o líder. Para esta época, os ingleses reforçaram-se bastante, com jogadores de topo, como são Fernando Torres, Ryan Babel, Andrey Voronin ou Yossi Benayoun.
  • Marselha: Arranque de época bastante negativo, com apenas 6 pontos em 6 jogos (1v, 3e, 2d), o que os faz ficar num desconfortável 14º lugar. Tem como grandes figuras Djibril Cissé, o veterano holandês Zenden e a estrela em ascensão Samir Nasri.
  • Besiktas: Em 1º lugar, empatado com o Galatasaray, com 3 vitórias em outras tantas partidas, a equipa do ex-sportinguista Rodrigo Tello prepara-se para tentar ser o outsider do grupo. Sempre com um grande apoio nos jogos caseiras, será esse o seu trunfo para pontuar ao máximo.
O Benfica de Camacho terá pela frente, nada mais nada menos, que o campeão europeu AC Milan, bem como os repetentes Celtic e os perigosos ucranianos do Shakhtar Donetsk. Com um calendário nada positivo, principalmente pela deslocação à Ucrânia já em Dezembro, prevê-se tarefa complicada para as águias.
  • AC Milan: Campeão em título, é das equipas mais fortes e, provavelmente, a mais indesejada de toda a competição. A sua organização defensiva é uma autêntica muralha e é muito complicado perder um jogo. Equipa liderada por jogadores como Paolo Maldini, Alessandro Nesta, Andrea Pirlo, Clarence Seedorf, Kaká, entre muitos outros, apresentam-se de novo como fortes candidatos à (re)conquista do caneco.
  • Celtic Glasgow: Repete a presença no grupo do Benfica, tal como fizera na época transacta (ambas as equipas venceram por 3-0 no seu reduto). Equipa britânica ao seu mais puro nível, embora tenha em dois estrangeiros as principais figuras: Nakamura e Hesselink. Apesar dos escoceses se terem classificado em 2006/2007, penso que os encarnados poderão ter aprendido com os erros cometidos no jogo de Glasgow e passar à próxima fase.
  • Shakhtar Donetsk: Embora não seja um nome tão sonante como os anteriores, os ucranianos podem ser um adversário bastante complicado. Com uma grande colónia de estrangeiros, esta é uma equipa que promete bastante. Os largos milhões de euros gastam pelo clube, serviram para contratar excelentes jogadores, tais como Lucarelli, Nery Castillo ou Ilsinho. A recepção ao Benfica acontecerá já em Dezembro, o que se prevê péssimo, devido ao rigoroso Inverno que se costuma sentir por lá.
Mais uma vez, a sorte não sorriu ao Sporting. É certo que fica complicado quando se está no pote 3 mas, mesmo assim, podia ter sido um sorteio mais simpático. Manchester United, de Ronaldo e Nani, os italianos da AS Roma e os ucranianos do Dinamo Kiev foi quem calhou na rifa ao clube de Alvalade.
  • Manchester United: Início de época bastante complicado, agravado com a lesão de Wayne Rooney e o castigo interno, de 3 jogos, para Cristiano Ronaldo, o Man Utd não foi para além de 5 pontos em 4 jogos (1v, 2e, 1d), sendo este um dos piores arranques da história do clube. As contratações milionárias de Nani e Anderson, o regresso a Inglaterra de Owen Hargreaves e o empréstimo de Carlos Tévez são as principais mexidas na equipa de Sir Alex Ferguson.
  • AS Roma: Os italianos têm em Totti o seu maestro e principal figura, e outros nomes sonantes, como Giuly, Vucinic, David Pizarro, Juan e Cicinho. As equipas italianas são sempre muito complicadas e presume-se que a Roma não será excepção.
  • Dinamo Kiev: Será sempre difícil enfrentar equipas de leste, como o Sporting comprovou na edição anterior da competição, e o Dinamo não deve ser excepção. Fortes física e tacticamente, poderão complicar a vida aos adversários. Para já, o clube leonino tem a vantagem de jogar na Ucrânia já na 2ª jornada, a 2 de Outubro, evitando assim o Inverno russo.

Seria excelentes que todas as equipas portuguesas passassem à fase seguinte. Infelizmente, parece-me que Sporting e Benfica têm tarefa bastante complicada. A 1ª jornada arranca já a 18 e 19 de Setembro e, com todas as equipas a defrontarem os cabeças de série do seu grupo (Benfica em Milão, Sporting e Porto em casa), urge começar em grande estilo e a pontuar, de forma a evitar a tão portuguesa necessidade de contas finais !

O Benfica garantiu, em Copenhaga, a tão desejada presença na Fase de Grupos da milionária Liga dos Campeões. Após uma vitória, na Luz, por 2-1, com dois golos do maestro Rui Costa, os encarnados confirmaram a passagem com uma sofrida vitória no Parken (com um relvado totalmente degradado, após um concerto dos Rolling Stones a meio do mês...), com um golo de Katsouranis.

O jogo não começou bem para o Benfica. Os dinamarqueses entraram fortes e pressionantes, com o objectivo de chegar ao golo o quanto antes, golo esse que lhes daria vantagem na eliminatória. Nos primeiros 15 minutos, os donos da casa tiveram várias oportunidades para marcar, com destaque a dois lances em que valeram os encarnados Léo e Cardozo, a negarem dois golos feitos já em cima da linha de golo.
Ao minuto 17' veio o golo encarnado. Livre frontal à baliza de
Christiansen, com Rui Costa a bater para o centro da área, Cardozo a desviar para Nuno Gomes e este a assistir Katsouranis que, sem dificuldades, bateu o dinamarquês, com um forte pontapé já bem no coração da área. Seguiram-se alguns minutos de superioridade do Benfica, com Di Maria a desperdiçar a melhor oportunidade de ampliar a vantagem.
Pouco depois, o Copenhaga voltou à carga e reclamou-se penalty de Miguel Vítor sobre Allback. De facto, o jovem português puxou a camisola de Allback mas rapidamente a largou e só alguns segundos depois é que este se atirou para o chão. Bem o árbitro da partida, o holandês Eric Braamhaar. Volta a pressão dinamarquesa e, de livre directo, o lateral esquerdo Jensen envia a bola ao poste direito da baliza de Quim. Alguns minutos depois é a vez de Di Maria recuperar uma bola à entrada da área contrária e, sem pedir licença, fazer um remate... mas saiu à figura de Christiansen. Na resposta, é a vez de Allback atirar, de cabeça, ao lado da baliza de Quim, quando estava totalmente sozinho na área, sem a marcação de qualquer dos centrais encarnados. Logo de seguida veio o intervalo, tão necessário para os lados encarnados.

A segunda parte começou de forma bem diferente. A equipa do Benfica, principalmente no que concerne à defesa, surgiu bem mais adiantada no terreno, afastando mais facilmente os dinamarqueses das zonas de perigo. De facto, este foi um período muito menos interessante, com os encarnados a tentarem sair rápido para o ataque mas a bola a perder-se quase sempre nos exageros do estreante Di Maria e com os dinamarqueses a usarem e abusarem das bolas bombeadas para a área adversária, sem grande resultado, graças à excelente prestação aérea de Katsouranis e dos pequeninos Petit e Miguel Vítor.
Nos últimos 15 minutos o perigo voltou a rondar a baliza de Quim, ainda que de forma bem mais tímida e atabalhoada do que na primeira parte. Foi o tudo por tudo da equipa da casa que, nos lances finais, colocava quase toda a gente da área encarnada. Sem resultados práticos, diga-se, pois tanta gente acabava apenas por atrapalhar.

De destacar a grande exibição de Petit (mais uma!) e do excelente trabalho dos dois centrais na parte final, embora tenham falhado inúmeras vezes na primeira parte. Cardozo a ter também um papel importante, principalmente pelo respeito que impõe, o que fez com que a aventura dos gigantes Gravgaard e Hangeland no ataque fosse bem mais remota, e também pela preciosa ajuda que deu a defender, nas bolas paradas.

Di Maria estreou-se... Mostrou bons pormenores, velocidade e boa técnica, mas ainda tem de aprender a jogar mais em equipa. Claro que era apenas o primeiro jogo e o entrosamento não há-de ser igual ao de aqui a 3 meses, mas a eficácia da equipa pecou muitas vezes pelos seus exageros.

Parabéns ao Benfica pela terceira presença consecutiva na fase de grupos da Liga dos Campeões e vamos ver o que o sorteio ditará...
Será hoje, 17h, em directo na RTP1.

quarta-feira, 29 de agosto de 2007


É com grande tristeza que escrevo sobre este assunto mas ontem, dia 28/08/2007, foi noticiado o falecimento do jovem espanhol Antonio Puerta, de apenas 22 anos (nascido a 28/11/1984), antigo atleta dos espanhóis do Sevilla.

O mundo do futebol chora mais uma morte. Desta vez, não foi em campo mas foi lá que tudo começou. No último jogo do Sevilla, frente ao Getafe, dia 25, Puerta desmaiou e rapidamente se notou, pela expressões dos seus companheiros de equipa, que se tratava de algo bastante grave. Ainda saiu sobre o seu pé mas, já no balneário, voltou a desmaiar e foi levado de maca para o hospital Virgen Del Rocio, em Sevilha, onde viria a permanecer num estado crítico, segundo foram anunciando os médicos.
O coração de Puerta acabou por não aguentar...

Depois de casos recentes como Miklós Féher, Mark-Vivien Foé, Bruno Baião, entre outros, é mais um triste episódio do desporto-rei na mais alta competição. E, para nós que cá ficamos, é mais um sinal de que a vida deve ser vivida ao máximo, a todo o momento, pois nunca saberemos qual é a nossa hora.
Em sua memória, o Sector A14 irá usar um fumo negro...

À família de Puerta enviamos as nossas sentidas condolências e ele... Que descanse em Paz !

terça-feira, 28 de agosto de 2007

Em mais um polémico jogo entre duas equipas grandes do nosso campeonato, o Porto acabou por levar a melhor sobre o visitante Sporting, através de um golo de Raul Meireles, de livre indirecto, golo este que originou enorme polémica. Mas já lá vamos...

Após a derrota na Supertaça, era praticamente certa uma entrada a todo o gás por parte da equipa do Porto e, de facto, assim foi.
No onze titular, destaque para a presença de Tarik Sektioui no lugar do lesionado Adriano, deslocando Lisandro Lopez para o centro do ataque, posição onde manifestamente rende menos. Ainda assim, o factor que acabou por garantir a maior superioridade do Porto na primeira parte foi a inclusão do almirante Lucho Gonzalez, jogador que permite a Jesualdo, como nenhum outro, fazer a ligação entre o meio-campo e o ataque e, ao mesmo tempo e graças às suas capacidades defensivas, diminuir a capacidade ofensiva de Miguel Veloso, de onde surge a maioria do jogo ofensivo do Sporting. Desta vez, Paulo Bento optou por Izmailov para o meio-campo, sendo que, da equipa que defrontou o Porto na Supertaça, a única alteração é mesmo a saída do lesionado Pedro Silva, para a entrada de Ronny. A primeira grande oportunidade surgiu pela esquerda, com Tarik a ultrapassar Polga e a cruzar com perigo. Uns minutos mais tarde, perto da meia hora de jogo, um livre "à Quaresma" fez estremecer a barra de Stojkovic que, por esta altura, já devia conhecer o perigo que dali advém. Poucos minutos depois, surgiu a primeira oportunidade do Sporting, num excelente pontapé do meio da rua de João Moutinho, a passar muito perto do poste esquerdo da baliza de Helton.
Pouco depois, deu-se o primeiro caso da partida: disputa de bola entra Quaresma e Veloso, com o jogador verde-e-branco a chegar primeiro à bola e Quaresma a não tirar o pé, acertando em cheio na canela do companheiro de Selecção. Este lance fez lembrar uma entrada do mesmo Quaresma, desta vez sobre Tonel, no jogo em Alvalade da transacta época, pelo que os jogadores do Sporting pediram cartão vermelho para o extremo portista. Na minha opinião, e apesar de ser um assumido fã das qualidades do Quaresma, também foi uma entrada para cartão vermelho. Pedro Proença assim não entendeu. Poucos minutos depois, foi a vez de Bosingwa ter uma impetuosa entrada sobre João Moutinho, que até fez Jesualdo fechar os olhos, numa curiosa imagem que a Sporttv capturou, não sendo, no entender no árbitro, entrada merecedora de cartolina amarela. De novo alguns minutos volvidos e, desta feita, foi Pedro Emanuel a ter uma entrada dura sobre Derlei, usando o braço na nuca do brasileiro. Também não mereceu sanção de Proença
embora estas entradas estejam a sofrer enorme reprimenda por parte da Fifa e de quem manda na arbitragem.

Os primeiros minutos da segunda parte foram de bastante pressão da equipa leonina, criando três situações de perigo quase de rajada, duas delas por Derlei e outra por Abel.
A resposta veio logo a seguir, por Hélder Postiga, que havia sido lançado ao intervalo para o lugar de Tarik Sektioui, aproveitando uma infantilidade de Polga, matando a bola no peito, rodando e disferindo um remate de muito longa distância, que Stojkovic defendeu com dificuldade para a direita, de onde surgiu Quaresma a rematar muito por cima.
Aos 52' veio o lance mais polémico da partida. Um passe para Hélder Postiga, este recebe no peito, vira-se e Polga corta a bola para a zona de Tonel, que deixa passar a bola por baixo das pernas, na direcção de Stojkovic. Embora pressionado por Postiga, o guardião sérvio tinha tempo e espaço para aliviar a bola mas, entendendo que Polga não estava na posse da bola e fez apenas um corte, agarrou a bola. Pedro Proença assim não entendeu e assinalou pontapé livre indirecto em cima da linha da pequena área. Quando toda a barreira do Sporting estava planeada para travar o remate de Quaresma, Lucho Gonzalez fez um passe de calcanhar, permitindo a Raul Meireles fazer o primeiro e único golo da partida. Foi um excelente momento de futebol, graças à espontaneidade e efeito surpresa que teve.
Com a entrada de Vukcevic e a natural subida de toda a equipa, o Sporting começou a acercar-se cada vez mais da área portista embora sem nunca criar imenso perigo. Assumindo este papel, aos 76' Paulo Bento resolveu dar tudo por tudo, lançando Yannick Djaló e Bruno Pereirinha, para os lugares de Abel e Ronny, colocando a equipa num claro 3-5-2, com Veloso a fazer de terceiro central, mais descaído para a esquerda.
Ainda assim, voltou a ser o Porto a criar perigo, com um livre de muito longe de Quaresma a passar perto do poste da baliza de Stojkovic. Só aos 88' surgiu uma real oportunidade para o Sporting, com Helton a sair mal na fotografia. Remate de Derlei na direita, Helton deixou escapar por entre as mãos o que quase permitia a Djaló encostar para o empate. No minuto seguinte, a equipa de arbitragem voltou a estar mal ao não exibir o segundo cartão amarelo a Derlei, e consequente expulsão, após imponentes e insistentes protestos junto dos mesmos. Pouco tempo depois terminou a partida.

Não foi um jogo muito bonito como, aliás, não se previa. Tanto Paulo Bento como Jesualdo Ferreira são dois treinadores que privilegiam muito o aspecto táctico e a segurança defensiva e, ainda mais nestes jogos, isso acaba por vir à tona. É pena que a partida tenha ficado tão marcada por casos de arbitragem... Infelizmente, é assim que vai o nosso futebol mas, de facto, é impossível dissociar os erros de tudo o resto. Sinceramente, embora não concorde, compreendo a marcação do livre indirecto que deu origem ao golo, achando que era uma situação facilmente evitável por Stojkovic. Os erros mais grosseiros acabaram por ser, na primeira parte, as (não)sanções a Quaresma, Bosingwa e Pedro Emanuel e, na segunda, a Derlei.
Ainda assim, no final destes 90', o Porto acaba por merecer a vitória, principalmente pelas excelentes exibições do tridente do meio campo e da dupla de centrais, que souberam suster quase todas as ofensivas leoninas. O Sporting peca por ter começado a jogar futebol apenas na segunda parte.

Ao fim da 2ª Jornada, o Porto lidera a Bwin Liga, na companhia do Marítimo, ambos com 6 pontos alcansados.

segunda-feira, 27 de agosto de 2007

O regresso de Camacho era o principal ingrediente deste primeiro jogo dos encarnados na Luz. Há muito que uma enorme falange dos associados e simpatizantes benfiquistas pediam a demissão de Fernando Santos, já desde a época anterior, mas esse cenário parecia afastado, para já, ao ser o Engenheiro a preparar toda a época e a começá-la, fazendo o jogo da 1ª mão da pré-eliminatória de entrada na Champions League e a 1ª jornada a Liga Bwin.com 2007/2008.

Com um início de época atribulado, com imensas lesões que dizimaram a quase totalidade das opções centrais para a defesa, apanhando Luisão, David Luiz e Zoro, Camacho viu-se obrigado a recorrer (de novo) a Katsouranis e, a seu lado, o ex-júnior e estreante Miguel Vítor. Inicialmente, compreendia-se algum receio no jovem internacional português mas, com o passar dos minutos, este fez calar os mais cépticos e mostrou-se em bom plano (embora longe do patamar quase lendário a que os jornalistas da Tvi o estavam constantemente a elevar...), sempre muito calmo e com enorme sangue frio. O Vitória entrou bem, tendo tido as primeiras situações de perigo, com Carlitos sempre muito activos em ambos os flancos, mas o melhor vitoriano era Fajardo, o outro ala da equipa. O Benfica não perdeu tempo para se voltar a colocar no comando da partida e, com Fábio Coentrão em evidência, aparecendo várias vezes pelo flanco esquerdo. A primeira grande oportunidade surgiu quando um passe de Rui Costa ás três tabelas apanhou Nuno Gomes isolado e este, embora desviado para a esquerda, optou por rematar com o pé esquerdo, acabando a bola por levar um natural efeito que a fez fugir da baliza, perdendo-se assim uma óptima chance. Poucos minutos depois foi a vez de Coentrão surgir isolado, também pela esquerda, mas o receio de falhar levou-o a tentar assistir Cardozo, tentativa que morreu aos pés de um defensor vitoriano. A primeira parte terminou em sobressalto para os adeptos encarnados, com Cardozo a receber assistências fora das quatro linhas, queixando-se do joelho direito após entrada viril de Danilo, embora sem falta.

Na segunda parte, começou a haver mais Benfica, principalmente através de acções do maestro Rui Costa, sendo dele a primeira oportunidade após o reatamento, com um grande pontapé de longa distância, que passou por cima da barra. O grande momento da partida surgiu aos 56', quando Oscar Cardozo, com um violento pontapé do meio da rua, de livre directo, obrigou Nilson a fazer a defesa da noite.
Aos 69' deu-se a estreia de Romeu Ribeiro, substituindo Nuno Gomes, e, um minuto depois, foi a fez de Coentrão ceder o seu lugar a Luis Filipe (que, nas costas, possuía o nome "Luis Filie"... Um gralha não muito comum a tão alto nível !). Quatro minutos após entrar, o ex-bracarense desperdiçou uma excelente oportunidade, ao não conseguir acertar com a baliza, quando Nilson estava aos papeis, totalmente perdido na grande área. Aos 81' surgiu a primeira assobiadela para Camacho. A conservadora substituição de Bergessio por Cardozo não foi do agrado dos adeptos que, como eu, acreditavam que o Benfica podia vencer o jogo. O espanhol preferiu não entrar a perder e segurar o ponto... O que é certo é que, poucos minutos depois, e não fosse uma excelente defesa de Quim e Moreno, de livre directo ainda longe da área, teria feito o golo para os visitantes. Na sequência, ainda um cruzamento perigoso de Fajardo que o tocado Andrézinho não aproveitou por pouco, com um desvio subtil.

A partida terminou com uma grande assobiadela por parte dos adeptos encarnados. Sinceramente, acho que não foi justa e, muito menos, inteligente. Nesta altura, o que a equipa menos precisava era de tamanho gestão de incompreensão e falta de paciência dos seus simpatizantes. Tal como alertou Nuno Gomes, esta pré-época não foi, nem de perto, a ideal. Uma equipa da dimensão do Benfica não pode, de forma alguma, deixar a preparação de uma época toda para a última e, muito menos, despedir um treinador após a primeira jornada. Este despedimento parece-me pouco ter a ver com a vertente desportiva. Se assim fosse, já teria acontecido há muito tempo, e não após uma pré-época em que saíram os 3 jogadores mais influentes da época anterior (Simão, Karagounis e Miccoli) e aquele que se preparava para ser um esteio da equipa da nova época (Manuel Fernandes), colmatadas com reforços bastante jovens, todos a necessitar de uma fase complicada de adaptação a esta nova realidade. Sendo assim, e dado que é mais que sabido que Fernando Santos era uma aposta de José Veiga, parece-me que este despedimento é mais uma acção de L.F.Vieira, no sentido de afirmar que quem manda no Benfica é ele. Bom, estas medidas de imposição devem ser feitas, é lógico, mas há que ter consciência das situações. O clube da Luz não é propriamente uma brincadeira de crianças e o seu presidente não pode tomar o seu cargo como motivo de afirmação pessoal. Tem sabido gerir muito bem o clube no que respeita à (re)aproximação com os adeptos, mas de resto penso que tem falhado bastante.

A questão que se coloca é a seguinte... Será que o Camacho veio a tempo de fazer a engrenar, mostrando ser a melhor solução ?