sábado, 25 de agosto de 2007

Real Sport Club 0 - 0 Sporting C. P. (Juniores)

Tive a oportunidade de ir assistir à 1ª jornada do campeonato de júniores, entre o Real Sport Club, mais conhecido por Real Massamá, e o Sporting Clube de Portugal. Como vivo em Massamá, não podia deixar de aproveitar esta oportunidade de deitar o olho à nova fornada de talentos que a formação leonina anda a preparar para lançar na alta roda do futebol nacional.

Graças à chuva, ao terreno muito pesado e à natural falta de ritmo de início de época, este acabou por ser um jogo fraquinho, com o Sporting a tender muito no chutão para o Paez, não sendo muito bem sucedido. Ainda assim, foi um jogo de enorme pressão ofens iva, onde o Real pouco ou nada fez a não ser defender e (tentar) contra-atacar. Curioso foi o facto de as duas grandes oportunidades de golo terem pertencido ao Real, num lance em que o ponta-de-lança (nº 2) surgiu isolado mas não teve nervo para bater André Martins.

No lado do Sporting, gostei bastante de alguns jogadores, de outros nem por isso.

Pela negativa: Marco Matias (nº7) jogou a extremo direito e se não perdeu todos os lances que disputou, andou lá perto. Muito franzino, pelo que perdia invariavelmente no confronto físico, com um lateral vários centímetros mais baixo que ele. Foi substituído a meio da primeira parte.
Rui Figueiredo (nº2) não fez um grande jogo mas também não comprometeu. Enquadro-o na parte negativa pois, num jogo de pendor dão ofensivo, impunha-se mais acutilância ofensiva e apoio ao ala, o que quase não fez.

Os que andaram ali no meio do bom e do mau...: Michael Santos (nº5), defesa esquerdo, bastante parecido, fisicamente, com Miguel Veloso, um jogador que eu desconhecia, teve uns bons apontamentos. Não é um lateral muito ofensivo, penso que nunca o vi passar de meio do meio-campo do adversário, mas tem um bom posicionamento em campo e é bastante agressivo. O problema é que, por vezes, parecia ser algo lento a abordar os lances e abusava dessa agressividade... Também teve o "azar" de apanhar pela frente um complicado Jesse (nº23 do Real), um jogador que conheço pessoalmente há uns anos e que tem enorme qualidade.
O central Jorge Abreu (nº4), fez um jogo calmo, sem grandes problemas. Fazendo uma analogia aos seniores, faz o papel de Tonel, isto é, um central menos técnico, mais de limpar a bola sem preconceito, a jogar nas dobras. André Martins (nº1) não teve praticamente trabalho algum, sem qualquer defesa a registar.

Pela positiva: Bem, aqui há bastantes mais. Em primeiro lugar, pois foi o que me chamou logo a atenção, Diogo Amado (nº6) e André Santos (nº8). Muito interessantes estes dois jogadores, principalmente Diogo Amado. Ambos a jogar numa posição central do terreno, à frente da defesa, foram sempre uma barreira intransponível para os adversários, tanto pelo chão como pelo ar. De uma segurança defensiva impressionante, também se destacam na hora de atacar pois sabem fazê-lo sem problemas, com grande imponência e qualidade de passe.
Bruno Matias (nº10) jogou na posição 10 e revelou pormenores de bastante qualidade. Bom toque de bola, boa capacidade técnica, por vezes pecou por exagerar em demasia dos lances individuais, mas esteve sempre em bom nível, participando invariavelmente em todos os lances de ataque leoninos.
Vivaldo Arrais (nº11), outro jogador que não conhecia, teve pormenores de grande qualidade. Encostado à ala esquerda, sempre muito rápido e irrequieto, mostrou pormenores de classe tendo como ponto mais alto da exibição 3 cruzamento,s de execução técnica perfeita, quase de seguida. Após a passagem do Sporting para um esquema de 3-5-2, jogou uns minutos na posição 10 e, depois, outros tantos na ala direita, embora sem tanto fulgor.
No centro do ataque jogou Luiz Paez (nº9) e pude constatar as boas indicações aqui deixadas anteriormente. É muito alto, tem grande poder de desmarcação, luta por todas as bolas e tem uma boa relação com a bola. Não teve grandes oportunidades para visar a baliza mas gostei da sua movimentação.

Os suplentes utilizados foram Diogo Viana (nº16), Januário Jesus (nº17) e Wilson Eduardo (nº18).
Entraram todos bem, numa altura em que o sufoco era grande e, com a sua entrada, passando a equipa a jogar então no 3-5-2 (saiu Rui Figueiredo da defesa). Januário e Viana são alas rápidos, com técnica apurada, embora me tenha parecido que pecam um pouco por serem demasiado franzinos. Foram alguns os lances que perderam corpo-a-corpo, embora tenham demonstrado bons pormenores. Já Wilson entrou bem melhor, lutando imenso no meio dos centrais do Real, mostrando frieza no controlo da bola e nas movimentações dentro da área. Tal como Paez, não dispôs de nenhuma grande assistência para poder facturar.

Para o fim deixo aquele que, para mim, foi o melhor. E é curioso que assim seja, num jogo de tão forte pendor ofensivo, mas o jogador que mais me chamou a atenção foi o central Tiago Pedrosa (nº3).
Fez um jogo quase perfeito, sem falhas, cortando tudo o que havia para cortar, tanto pelo chão como pelo ar. Embora não seja, de todo, um central alto, penso que não perdeu um único lance aéreo, evidenciando um forte sentido posicional e uma impulsão bastante acima da média. Se o Real foi incapaz de criar mais lances de perigo, isso deveu-se, quase na totalidade, à excelente prestação do Tiago.

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